Fátima Bernardes e William Bonner: por que você não deve achar que é o fim do amor

por | ago 30, 2016 | Comportamento

Fátima Bernardes e William Bonner, casal de jornalistas conhecido no Brasil todo, anunciou o fim do casamento, de 26 anos, nesta última segunda-feira (29). Famosos e queridos pelo público, eles decidiram anunciar a separação com um comunicado idêntico publicado nas contas do Twitter de ambos.

“Em respeito aos amigos e fãs que conquistamos nos últimos 26 anos, decidimos comunicar que estamos nos separando. Continuamos amigos, admiradores do trabalho um do outro e pais orgulhosos de três jovens incríveis. É tudo o que temos a declarar sobre o assunto. Agradecemos a compreensão, o carinho e o respeito sempre. Fátima e William”. 

O casal já foi alvo de diversos rumores de uma possível separação, mas nunca deu atenção aos boatos. Ainda assim, a notícia pegou a maioria de surpresa. Depois do anúncio, o que mais se viu proliferar nas redes sociais eram comentários como “acabou o amor”, “desisto do amor verdadeiro” e “não tenho mais em quem me espelhar”.

Fátima Bernardes e William Bonner separados: acabou o amor?

Durante os anos de relacionamento, William Bonner se tornou o editor-chefe e âncora do maior telejornal do país, o mais visto do Brasil, o “Jornal Nacional”. Fátima Bernardes deixou o posto de âncora do mesmo jornalístico para comandar seu próprio programa de TV, se tornando uma das apresentadoras mais queridas do público. 

Bonner e Fátima também compartilharam com o público a decisão de se tornarem pais por inseminação artificial, um recurso ainda recente para a época. Eles criaram os trigêmeos Beatriz, Laura e Vinicius (foto abaixo), atualmente com 18 anos. 

Para a terapeuta de casal Tatiana Leite, um relacionamento amoroso em que os dois conseguem se apoiar e crescer juntos, não deve ser visto como um fracasso.

“Olhando de fora, são 26 anos de uma vida construída. As pessoas vivem a separação como se fosse um luto. Como se os 26 anos fossem invalidados. Como se não tivessem existido. Existiram, foi gostoso, é lembrar, guardar na memória”.

A especialista explica que, culturalmente, as pessoas acreditam que o casamento deve ser para a vida inteira. Com sua experiência com vários casais diferentes que já passaram por crises, ela conta que quase todo mundo sofre com essa sensação de que a separação é um tipo de “fiasco amoroso”.

“Isso não é verdade. Acontece que, na maioria das vezes, as duas pessoas amadureceram e vão entendendo que o outro não cabe mais em seus planos, em seus desejos. Não há mais vontade de continuar junto. Isso não significa que o amor acabou”, afirma.

 Separação: onde eu fracassei?

A terapeuta conta que é muito comum observar casais que ao se separarem, decidem tirar todas as fotos do álbum, apagar a existência do outro, o lembrete de que a relação existiu e não teria dado certo.

“Fica uma sensação de que eu preciso matar tudo o que aconteceu. Isso faz muito mal. Aquela pessoa compartilhou uma vida com você, momentos que foram importantes. Foi um relacionamento de sucesso, sim. Vocês foram felizes, foram cúmplices em determinado momento”, reforça. 

Claro que nem todo término é amigável, mas Tatiana afirma que não há necessidade de justificar por que um relacionamento chega ao fim, apesar da maioria de nós acreditar que deve uma satisfação para os erros que, supostamente, teríamos cometido.

A boa notícia é que essa preocupação está ficando cada vez mais antiquada. A especialista acredita que isso se deve ao fato de que as pessoas estão se casando com outros propósitos.

“A gente vê hoje que os casais estão amadurecendo a ideia de separação, pois não se casam mais com aquele peso. Não é preciso tolerar uma pessoa pela vida inteira. A gente se casa para realizar projetos juntos, para se divertir, para sentir prazer com o outro. É normal ficar triste com o término, é importante para poder realinhar os projetos de vida, mas não é mais tabu falar em separação”, revela. 

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