Bolsa de Mulher: No início da sua carreira, você imaginava se tornar a executiva que é hoje?
Maria Silvia: Não, não imaginava. Minha intenção era ficar na vida acadêmica. Ser professora e pesquisadora. Fiz mestrado e doutorado em economia com esta intenção.
BM: Ser mulher já te atrapalhou alguma vez?
MS: Nunca. Sempre encarei o fato de ser mulher como um ativo, não como um passivo.
Busco estar presente, com qualidade, em todos os momentos relevantes da vida deles e também que eles tenham a certeza que o trabalho é fundamental na minha vida, mas que eles serão sempre a minha prioridade
BM: Acha que homens e mulheres são, de fato, diferentes na forma de gerir os negócios?
MS: São sim. E por isso é importante buscar a diversidade. Diferentes formas de encarar um mesmo problema. Diferentes habilidades para resolver uma mesma questão.
BM: Quais características suas foram determinantes para seu sucesso?
MS: Acho que honestidade de propósitos, motivação, simplicidade, capacidade de aprender e facilidade para a construção e gestão de times. Uma andorinha realmente não faz verão.
BM: Hoje, olhando para trás, você teria feito as mesmas escolhas?
MS: Teria sim. Minha vida profissional foi sendo construída pelas oportunidades que foram acontecendo. Sempre tive que tomar decisões que implicaram mudanças de 180 graus na minha vida. E não me arrependo de nenhuma.
BM: Com uma carreira tão brilhante e atribulada, você chegou a pensar em deixar a maternidade de lado? Ou ela sempre foi um plano de futuro?
MS: Nunca pensei em ser mãe, até o relógio biológico tocar o alarme – aos 38 anos tive que decidir se teria ou não filhos. E decidi, felizmente, que teria!
BM: Hoje, como consegue equacionar tanta responsabilidade e compromissos com o papel de mãe? Seus filhos pedem muito a sua presença no dia-a-dia?
MS: Pedem sim. Eles são gêmeos (menino e menina) e estão com 11 anos. Nesta fase, o papel dos pais é fundamental para construir um relacionamento de confiança e de proximidade e também para dar as orientações e limites necessários.
Busco estar presente, com qualidade, em todos os momentos relevantes da vida deles e também que eles tenham a certeza que o trabalho é fundamental na minha vida, mas que eles serão sempre a minha prioridade.
Tenho uma ótima infra-estrutura em casa, que me ajuda muito. A responsável pelas crianças cuida deles desde que nasceram e tenho também uma cozinheira que já é da família, trabalha conosco há 28 anos. Minha mãe também me ajuda muito quando tenho que viajar, ficando com eles, ou então quando não posso ir com eles ao dentista ou ao pediatra.
BM: A maternidade mudou sua forma de ser, de se relacionar com o trabalho e de tomar decisões? Se sim, o que mudou?
MS: Acho que a maternidade nos torna mais compreensivos e mais preocupados com o futuro.
BM: Você acha que conquistou tudo o que uma mulher deseja? Dentre todas as conquistas e realizações, qual a que mais se orgulha?
MS: Sou uma pessoa feliz com o que tenho e orgulhosa da contribuição que busco dar para a sociedade. Procuro fazer com que meus filhos entendam o valor do estudo e do trabalho por meio do meu exemplo.





