Loucas por marca

Nas últimas semanas, devido à maratona da moda – Fashion Rio e SPFW -, só se falou em roupa, grife, tendência, estilo, consumo… Afe! Fashionistas, estilistas, consumistas dormiam e acordavam com os temas das coleções na cabeça. No entanto, o mundo da moda alucina muito mais gente do que imaginamos – e fora da época de desfiles. Afinal, elas fariam tudo por uma calça Diesel, uma bolsa Prada ou um sapato Manolo Blahnick. Tudo mesmo! Até gastar o salário inteiro. Isso porque elas são aficionadas por marcas.

Ganhar status social, ter peças exclusivas, chamar a atenção na rua, sentir-se mais fina e estilosa. Estas são algumas das razões que fazem mulheres – e, acreditem, homens também -, de todas as idades e classes a se aventurarem pelo mundo tentador das marcas.

A estudante Larissa Vilhena já chegou a gastar R$1.400 em uma calça jeans Diesel e afirma que valeu a pena. Para ela, o que importa na hora da compra é o design incrementado dos produtos de marca. “Dou preferência a roupas de grife porque sofistica o look. É raro comprar roupas mais baratas e sem marca. Geralmente, as peças de grife me agradam mais porque têm um estudo atrás delas antes de chegar à modelagem, ao design’, diz ela, que afirma ainda que essas roupas costumam cair muito bem no corpo e seguirem as tendências da moda.

Já comprei uma blusa que o tecido mais parecia um pano de chão, um branco encardido, superfrágil. A blusa foi R$200. Na hora tinha amado porque as vendedoras ficaram em cima dizendo que eu estava linda, que a blusa era linda etc. Quando cheguei em casa percebi que comprei por impulso

Outras mulheres apostam seus salários na exclusividade das grifes. Milene Bellucci virou adepta das marcas depois de passar por uma situação constrangedora. “Me senti mal quando ganhei uma blusinha que não era de marca e, ao chegar em uma festa, uma menina estava com a mesma blusa que eu”, conta. Depois do trauma, Milene virou fã das grifes Arezzo, Rafaela Cout e Revanche e já pagou R$ 200 por uma blusinha básica. Mas, garante: “Valeu a pena. Ficou linda!”.

Por situação semelhante passou Leny Moreira do Nascimento, 25 anos. “Uma vez, fui a uma festa e a maioria das pessoas estava usando roupas finas. Me senti muito mal, parecia que todos estavam olhando para mim. Fiquei muito triste e acabei indo embora. Quem entende de marca olha diferente para as outras pessoas. Infelizmente, hoje existe preconceito em tudo”. Foi então que Leny se rendou às etiquetas famosas. Comprou um casaco de pele de R$890, mesmo estando no Brasil. Entretanto, ela não se arrepende e garante que faria ainda mais loucuras. “Prefiro roupas de nome porque vestem muito bem e têm mais qualidade. Eu ficaria trabalhando 24 horas por dia só para tê-las no meu armário”, exagera. Haja disposição!

Cada um com suas loucuras

Claudiane Azambuja, fã de carteirinha da Triton, Ellus, Colcci, Vitor Hugo e Vogue, já gastou o salário de um mês inteiro em compras. “As pessoas sempre me aceitaram do jeito que sou, usando roupa de marca ou não. Mas gosto delas pela qualidade e beleza”, afirma. Já a estudante Eduarda Nóbrega garante que tem um temperamento calmo, mas quase saiu no tapa numa loja por causa de uma blusinha de marca. “Eu acabei brigando com uma menina porque ela pegou justo a blusa que tinha gostado. Na minha frente!”, desabafa.

E até quem está de fora entra no jogo. Namorados, pais, amigos imaginários. Amigos imaginários? Isso mesmo! A criatividade e a imaginação viram grandes aliados na hora de convencer os outros que aquela roupa de grife é mesmo irresistível. Juliana Santanna, de 26 anos, chegou a arquitetar um plano para os pais só para conseguir uma calça Equattore. Ela justifica: “A calça era perfeita! Eu disse que duas amigas iam comemorar o aniversário juntas e precisava de dinheiro para os presentes. Juntei um pouco que meu pai me deu, um pouco da mãe e um pouco que tinha guardado e comprei a calça. Eles nem desconfiaram”, relembra.

Mas, calma meninas! Tudo na vida tem limites, até nossos desejos. Nem sempre todas essas loucuras valem o investimento. Natasha Barbosa já pagou mais de R$2 mil em calças jeans… básicas. E saiu da loja nem tão contente assim. “Comprei modelos do mesmo estilo. Quem vê pensa que estou sempre com a mesma calça. E quanto à qualidade, só uma era boa”. O histórico de más compras não pára por aí. “Já comprei uma blusa que o tecido mais parecia um pano de chão, um branco encardido, superfrágil. A blusa foi R$200. Na hora tinha amado porque as vendedoras ficaram em cima dizendo que eu estava linda, que a blusa era linda etc. Quando cheguei em casa percebi que comprei por impulso”, lamenta.