Messalina: sinônimo de lasciva

O Império Romano deixou para idade moderna senão um enorme legado cultural, como a mitologia, o direito e o latim, pelo menos, muitas histórias e personagens incríveis. Um deles é a famigerada Valéria Messalina, primeira-dama durante o reinado de Cláudio César e cujo nome se transformou em sinônimo de “mulher lasciva e dissoluta em excesso”, segundo definição do Dicionário Aurélio. Uma figura pérfida, capaz das maiores atrocidades, como tramar sem nenhuma culpa assassinatos e intrigas, recheando sua vida tão curta quanto polêmica de taras e crueldades. Quando morreu, aos 22 anos, tinha uma história abarrotada de escândalos marcados por sua ninfomania e obsessão pelo poder.

Valéria Messalina nasceu em berço de ouro, em 24 d.C. Desfrutou de muitos privilégios e, principalmente, conviveu na corte do imperador Calígula. Ali, ela fez a sua escola em meio ao desfile de intrigas e conspirações de um reinado marcado por derramamentos de sangue, numa atmosfera impregnada de perversão sexual. Basta dizer que o imperador promovia carnificinas públicas, tinha um caso com a própria irmã e era casado com uma prostituta. Com 15 anos, Valéria conheceu Tibério Cláudio César, 35 anos mais velho, tio de Calígula. Era um homem sem qualquer prestígio e, na época, considerado apenas um aleijado disforme: tinha os sintomas do que hoje conhecemos como paralisia infantil. Essa condição, no entanto, salvou-lhe a vida ao despertar a compaixão nos soldados que invadiram o palácio imperial, mataram Calígula e todos os seus amigos e parentes. Foi assim que ele ascendeu ao trono romano, em 41 d. C.

Já no começo do casamento, tinha uma espécie de time de amantes e sua vida desregrada era conhecida à boca-pequena

Entretanto, quando essa situação era ainda inimaginável, ele e Messalina se casaram. Cláudio provavelmente encantado com sua beleza e jovialidade e ela, visando se aliar a uma família poderosa. Valéria acabou dando sorte em meio a confusa sucessão de poder e, alçada à condição de primeira-dama, logo começou a sua trajetória de deboches, abusos e avarezas. Já no começo do casamento, tinha uma espécie de time de amantes e sua vida desregrada era conhecida à boca-pequena. Mas a timidez de Cláudio o impedia de tomar atitudes e ele preferia sucumbir aos caprichos da mulher, o que seria um comportamento que pautaria as relações dos dois. Ele sempre influenciável e ela sempre ardilosa.