Avanços da medicina:
Além da cura em definitivo e de imediato do câncer e da Aids, no meu mundo ideal, alguns comprimidos são distribuídos gratuitamente em bares e esquinas, como o matasaudadezil (gotas) , o fimdadordecotovelon (creme ou pomada) e o naomeencheosaconazol 35 (drágeas). Para uso externo, há distribuição de adesivos de calaabocaemebeijaagoraxon D e o meligueamanhãdeverdadicaden (em falta).
No meu mundo ideal, o mau cafuné reprova e a média é 8. Portanto, as aulas de cafuné têm 40 minutos de duração, depois do recreio e antes da educação física.
Cafuné como cadeira obrigatória no ensino fundamental:
No meu mundo ideal, o mau cafuné reprova e a média é 8. Portanto, as aulas de cafuné têm 40 minutos de duração, depois do recreio e antes da educação física. Só assim ficamos livres de cafunés de quinta categoria, em que a mão pousa na cabeça e os dedos fazem repetidamente o mesmo trajeto, no mesmo ritmo, por horas, provocando a sensação de que o couro cabeludo vai a qualquer momento, entrar em combustão.
Proliferação da elipse:
Porque há momentos da vida pelos quais não precisamos passar, quero dizer, cenas que poderiam ser suprimidas do nosso roteiro, isto é, fragmentos da história pessoal/profissional/amorosa que podem ficar subentendidas. Por exemplo, quando o seu par (ou a sua mãe) começa a narrar um caso que ele (ou ela) já contou inúmeras vezes, sempre com as mesmas expressões decoradas e pausas dramáticas, que só foram engraçadas para você até a terceira vez em que escutou. No meu mundo ideal, seu par (ou sua mãe) começaria a contar a história e, já na segunda frase: elipse – corta para o final da história em que todos dão risada e você se limita a sorrir sem mostrar os dentes e faz que sim com a cabeça. Exemplo 2: viagens de avião. No meu mundo ideal, teríamos a cena do avião decolando, seguida de flashes dos cartões postais da cidade destino e corta para você saindo do aeroporto arrastando um par de malas já na outra cidade. A elipses também são de grande serventia em situações como: engarrafamento na volta do feriadão, pagamento de contas, terminar um relacionamento etc.
Importação do estalinho:
Sabe festa americana de fim de ano quando todo mundo dá “Feliz ano novo” com direito à bitoquinha? Então. No meu mundo ideal, pelo menos no réveillon, o estalinho está liberado, podendo acontecer também em outras ocasiões de extrema felicidade. Exemplo: o entregador de pizza chegou e você está morrendo de fome. Que alegria: dê um beijinho nele. O amigo do amigo indicou você para um trabalho desafiador e bem remunerado. Ah, vai… Merece. E ex-namorados, de modo geral, cumprimentam-se com estalinho, exceto o meu eventual atual e sua ex – afinal, o mundo ideal é meu e não dessa sirigaita.
Martelo inflável como opcional de automóvel:
Além de direção hidráulica e vidro elétrico, os carros vêm com “martelo inflável” (nas cores amarelo, vermelho ou xadrez preto e branco) como opcional de fábrica. Assim, os motoristas barbeiros e, principalmente, os pedestres folgados recebem o que merecem: uma martelada na cabeça.
Utilização ampla e irrestrita do ctrl+alt+del:
É de conhecimento de todos que o computador não é o único a dar pau. O celular, por exemplo, com o uso diário e alguns tombos, apresenta problemas no visor e certas teclas, principalmente a do número 2, teimam em desobedecer. Solução: ctrl+alt+del nele. O mesmo em se tratando de forno de microondas, controle remoto de pilha fraca, até tesoura que não corta. Mas bom mesmo seria se homem viesse com ctrl+alt+del: o cara estava indo tão bem e, de repente, age de maneira inesperada, fica lento, parece que está com muitos programas abertos ao mesmo tempo. Ele só pode estar precisando de um orel+queix+nar.