Pai adota 4 crianças com deficiências e prova que amor é muito maior que limitações

Os pensamentos que mais comumente permeiam a mente de um jovem de 21 anos são viagens, carreira, independência e, principalmente, liberdade. Mas quando tinha essa idade, o maior desejo do inglês Benjamin Carpenter não era fazer um intercâmbio, nem mesmo comprar um carro, o que ele queria mesmo era ser pai. E ele conseguiu!

Benjamin adotou o primeiro filho quando ainda tinha 24 anos e hoje, aos 34, ele mora em uma casa no Reino Unido com seus quatro filhos adotivos, todos eles com um tipo diferente de deficiência.

Benjamin adotou 4 crianças com diferentes limitações

Benjamin sempre sonhou em ser pai jovem e, para isso acontecer, escolheu seguir o caminho da adoção. Para ele, a paternidade vai além de ter o mesmo sangue.

“Nunca foi sobre estar biologicamente ligado a uma criança, paternidade significa muito mais do que isso. Ser pai é mostrar e oferecer a uma criança amor, estabilidade, respeito e dignidade”.

Benjamin deu entrada em seu primeiro processo de adoção aos 21 anos – é só a partir dessa idade que uma pessoa que mora no Reino Unido pode adotar, já no Brasil, segundo o Ministério Público, é possível se tornar pai ou mãe adotivo aos 18.

Mas foi só aos 24 anos que ele conseguiu adotar o primeiro filho, Jack. “Isso me fez o mais jovem gay solteiro a adotar no Reino Unido”.

Primeiro processo de adoção durou 3 anos

Levou cerca de três anos para Benjamin convencer as autoridades de que ele estava falando sério sobre adotar e que poderia ser um bom pai.

“A parte mais difícil foi provar para a sociedade que um homem gay e solteiro de apenas 21 anos era maduro e tinha as habilidades e a paixão necessárias para cuidar de uma criança com deficiência”, revelou Benjamin.

Ele trabalhava no setor de cuidados com crianças e adultos com necessidades especiais e queria ser mais do que um pai. “Com meu conhecimento, eu poderia oferecer um cuidado a mais”.

Benjamin Carpenter/arquivo pessoal

Foi por causa disso que Jack, de 3 anos, diagnosticado com autismo, entrou na vida de Benjamin e se tornou seu primeiro filho adotivo.

A primeira vez que Benjamin viu Jack foi através de uma fotografia e naquele momento o sentimento da paternidade aflorou mais ainda. “Eu instantaneamente soube que ele era meu filho assim que eu vi uma foto dele”.

Adoção de mais três crianças

Dois meses depois de completar 3 anos, Jack foi para a casa com seu pai adotivo. E Benjamin não conseguiu explicar a alegria de ter o primeiro filho ao seu lado. “Palavras não podem descrever como eu me senti quando finalmente me tornei um papai!”.

Hoje, Jack, que tem autismo, está com 11 anos e Benjamin, gostou tanto da paternidade, que resolveu aumentar a família e adotou mais três crianças, todas com um tipo diferente de deficiência.

Ruby de 7 anos, tem deficiência visual e outros problemas na coluna que dificultam seus movimentos, Lilly, tem 5 anos e tem deficiência auditiva e Joseph, de 2, tem Síndrome de Down.

O processo de adoção dos outros três filhos foi mais rápido – durou menos de um ano e meio -, pois a lei no Reino Unido tinha mudado para agilizar as ações e evitar que as crianças ficassem tanto tempo esperando para serem adotadas.

Além disso, Benjamin também provou que estava se saindo muito bem com Jack. “Eu realmente mostrei que era muito apaixonado pelo cuidado da criança e com suas necessidades especiais”.

A rotina de Benjamin com os filhos

Com a chegada de três filhos, a rotina de Benjamin mudou bastante, mas ficou mais alegre também. “Dedico minha vida a essas crianças e tento ser o melhor pai possível”.

Hoje, Benjamin é assistente social. Ele dedica seu tempo para ajudar em processos, aprovar pais adotivos e combinar as crianças com as famílias de acordo com o perfil de ambas.

Para conciliar a rotina paterna com o emprego, ele conta com a ajuda da amiga e funcionária Jeannette para cuidar dos filhos quando ele tem algum compromisso de trabalho.

Ele está no processo de adoção do quinto filho

Benjamin ensina os irmãos a se amarem, respeitarem e ajudar uns aos outros. Quase todos aprenderam a linguagem de sinais para se comunicar com Lilly, que tem deficiência auditiva.

O amor de Jack, Ruby, Lilly e Joseph por Benjamin é muito sincero. “Eles me chamam de papai e dizem que eu sou o melhor do mundo”.

Benjamin se considera um homem privilegiado por ter essas crianças em sua vida. “As pessoas dizem que as crianças são sortudas por terem a mim, mas eu me considero a pessoa mais sortuda por ter as melhores crianças do mundo ao meu lado”.

Agora, Benjamin está no processo de adoção do quinto filho. “Eu só queria ser pai, mas uma criança se transformou em quatro filhos e logo serão cinco”, finalizou.

Como funcionada o processo de adoção no Brasil