![](/wp-content/uploads/migration/carnaval-confete-serpentina-0120-1400x800.jpg.jpg)
Todos têm o direito de curtir o Carnaval, mas, ainda assim, não é raro encontrar quem se sinta desconfortável na folia. É o caso, por exemplo, de pessoas gordas, que sofrem ainda mais preconceito durante a festa. Motivadas por um projeto lançado na web, internautas que já sofreram este tipo de discriminação na pele compartilharam seus relatos fortes sobre casos de gordofobia para mostrar que a situação não é brincadeira ou mimimi.
Gordofobia no Carnaval: internautas dão relatos
Idealizado por Luana Carvalho e Gabi Morais, o projeto #CarnavalSemGordofobia visa aumentar a conscientização sobre a vivência de pessoas gordas durante o Carnaval, bem como educar as pessoas para que situações como as descritas por Luana em sua explicação sobre o projeto não aconteçam mais.
“A gordofobia no Carnaval faz com que pessoas sofram todo tipo de piada em bloco, faz [com] que pessoas deixem de ir pra rua, faz com que pessoas tenham medo de dançar. Pessoas gordas são humilhadas, são fotografadas sem autorização, sofrem gordofobia no metrô por estarem fantasiadas. […] Nosso objetivo é reunir pessoas gordas e ir pra bloco pra finalmente ter um Carnaval sem gordofobia”, escreveu.
Diante da popularização da campanha, inúmeras pessoas começaram a usar a hashtag para desabafar sobre, por exemplo, terem virado piada entre desconhecidos por causa da aparência e outras atitudes extremamente ofensivas, mostrando que é necessário repensar a forma como muita gente “curte” o Carnaval:
Quando cheguei em casa depois do pagode entrei no meu curious cat e tava lotado de ofensa gordofobica dizendo que era muito engraçado me ver dançando ou que era pra eu ter vergonha de me movimentar.
— Luana Carvalho (@lxcarvalho) January 12, 2020
Sobre #CarnavalSemGordofobia: em Salvador no pré Carnaval e eu no ensaio do Olodum no Pelourinho ouvi: “tu não é a gordona da Jojo Toddynho?”. Eu só disse não, mas todas as vezes que eles passavam perto de mim (muitas das vezes de propósito) eles gritavam QUE TIRO FOI ESSE.
— Helena (@princesade_Oyo) January 12, 2020
Ainda sobre #CarnavalSemGordofobia : estava num bloquinho aqui em Brasília e um pretinho muito lindo olhou pra mim e disse: posso te levar pra casa? E eu jurando que ele tava afim de mim, mas ele completou com “meu gás acabou e você é um botijão, tem até roupinha”
— Helena (@princesade_Oyo) January 12, 2020
Último relato sobre #CarnavalSemGordofobia (tenho centenas deles): o cara me olhou, fez sinal, fui até ele, ele me levou pela mão pro canto mais escuro do setor comercial sul e me deu um beijo. Quando terminamos, os amigos dele estavam tirando foto e zuando ele. Era uma aposta.
— Helena (@princesade_Oyo) January 12, 2020
A mãe de uma das outras tituladas queria que a filha dela fosse A Estrela da festa, só ela. Num dos ataques de estrelismo, ela, mulher adulta, enfermeira,bradou pra meio clube: o que essa menina GORDA tá fazendo aqui, dançando com essa PANÇA de fora? Acha o quê?"
Eu tinha 9 anos.— memories of butter (@isthisshade) January 12, 2020
Chegando na rua tava tudo de boa, me encontrei com algumas colegas, pulei, dancei e aí na hora q eu me perdi e fui procurar minhas amigas um garoto se aproximou. Ele era muito bonito e tava com uma tiara com chifres de demônio (o sinal meu pai) ele me cumprimentou +
— juni⁎⁺˳✧༚ on svsss hell (@roronoaislostt) January 13, 2020
E perguntou se tava tudo bem, eu respondi q sim só tava procurando minhas amigas. Ele então perguntou qual era minha fantasia, olhando meu corpo de cima a baixo, eu respondi q era sereia e ele deu uma gargalhada alta e falou:
— juni⁎⁺˳✧༚ on svsss hell (@roronoaislostt) January 13, 2020
"De sereia n tem nada parece uma jubarte" eu conseguia ouvir os amgs dele rindo um pouco mais pra trás. Eu já tava mal graças a ansiedade + aglomeração, isso foi q nem um balde de água gelada. Uma mina q tava perto ouviu tudo e virou a cerveja na cabeça dele +
— juni⁎⁺˳✧༚ on svsss hell (@roronoaislostt) January 13, 2020
Meu relato sobre #CarnavalSemGordofobia é que em 2017 fui pra um bloco grande aqui no Rio de biquíni e com saia de tule, em uns 400 metros andando ouvi tanta merda que deixei meus amigos e voltei pra casa sozinha quase chorando. Desde então carnaval nunca mais foi a mesma coisa. https://t.co/2povCiqezd
— Raíssa 💅🏾 (@raissascampos) January 14, 2020
Eu no ônibus, sentada na janela bem na minha, com meu irmão.
Tinha três caras sentados do lado. Qnd eles desceram, foram pra minha janela e gritaram a plenos pulmões: GORDAAAAAAAAAAAAA.
Assim, do nada.
Não sejam essas pessoas. #carnavalsemgordofobia https://t.co/H5HQ7Whnjq
— velha cachimbeira (@catarinacristo) January 17, 2020
https://twitter.com/euvittu/status/1216546983042867201
relato sobre carnaval: eu muito feliz pois tinha conseguido ir de roupas mais leves pro carnaval. Quando um cara chega em mim , ficamos, e ele volta pra roda de amigos rindo. Minutos depois uma menina que estava com eles diz q eles fizeram uma aposta#CarnavalSemGordofobia
— gabs (@gakbui) January 14, 2020
Sorte que eu não levo desaforo pra casa e mandei o cara embora de lá depois de falar varias coisas para ele. A namorada dele pediu desculpa e eu disse pra ela largar ele pq ele era um escroto
Macho sem noção a gente tem que tratar assim. Não tenham medo!#CarnavalSemGordofobia— thayná (@thaynnn_) January 13, 2020
No Instagram oficial do projeto, as idealizadoras deixaram também um manual de como tornar o Carnaval menos hostil para pessoas gordas, reunindo lembretes sobre como não se deve opinar no corpo alheio a sobre como é importante que pessoas amparem seus amigos gordos em situações assim: