Extremamente badaladas nos últimos verões, as multicoloridas estampas Pucci foram originalmente criadas pelo estilista italiano Emilio Pucci e se tornaram sinônimo de graça e vida nos anos 50. Com formas arredondadas ou mesmo geométricas, os elementos que mais se assemelham a “amebas” aparecem de forma totalmente aleatória no tecido e dão um toque psicodélico ao visual. Até mesmo a expedição Apollo 15 teve seu logo inspirado em Pucci, assim como o estofamento de um dos antigos modelos da Ford, o Lincoln Continental.
Nascido em 1914, o Marquês Emilio Pucci de Barsento teve sua formação acadêmica primeiramente em seu país natal, mas sua excelente atuação como atleta da seleção Olímpica Italiana de esqui rendeu-lhe uma bolsa de estudos em Ciências Políticas na Reed College, nos Estados Unidos. Sua primeira tentativa no mundo da moda não podia ter sido outra senão desenvolver os uniformes do time de esqui da própria Universidade.
O design arrojado também fez de Pucci uma unanimidade em termos de diferenciação e estilo. Um de seus maiores sucessos, ainda hoje um hit no verão, são as charmosas calças Capri
Descoberto pelo fotógrafo Toni Frissel por estar usando justamente um desses uniformes numa estação de esqui, Pucci teve a oportunidade de desenhar uma outra coleção de roupas de esqui, só que desta vez para fazer parte de uma edição especial de inverno da revista Harper’s Bazzar, em 1948.
A bem aventurada exposição na mídia motivou o jovem italiano a seguir em frente e ampliar horizontes. Em 1950, Pucci abriu sua maison na ilha de Capri, onde vendia roupas masculinas e femininas. Não muito tempo depois disso, o abastado Pucci passou a ser chamado de “Príncipe das Estampas”. Sua marca registrada era a cor vibrante, sempre presente em suas criações, além das exóticas estampas que encantavam principalmente os jovens. O design arrojado também fez de Pucci uma unanimidade em termos de diferenciação e estilo. Um de seus maiores sucessos, ainda hoje um hit no verão, são as charmosas calças Capri, imortalizadas por Audrey Hepburn e Jackie Kennedy. Os vestidos de seda, longos ou curtos, e seus “Palazzo Pijamas”, sempre enfeitados com as características estampas de “amebas”, também fazem parte do rol de inesquecíveis peças da marca.
As roupas de Pucci eram sempre desalinhadas, apesar do impecável caimento, pois se encaixavam ao corpo feminino com perfeição e se movimentavam com ele. Além disso, sua sensibilidade extrema percebeu que a mulher do pós-guerra estava ávida por glamour e magia e aos poucos voltava a participar de grandes eventos, com muita pompa e sofisticação.
Em paralelo à sua carreira na moda, Pucci foi eleito membro para o Parlamento Italiano. Enquanto membro do Legislativo, foi contratado pela agência de publicidade americana Jack Tinker & Associados para redesenhar o guarda-roupa da Braniff Airlines. Os modernos trajes causaram um frisson imediato, não entre os profissionais da aviação, mas com o público em geral, pois tinham partes modulares que podiam ser removidas conforme a temperatura ambiente.
Em 1990 um novo e repentino boom de estampas Pucci ocorreu quando Madonna, no auge de sua fama, foi fotografada usando um sensualíssimo vestido assinado por ele.
Depois de sua morte, em 1992, a filha Laudomia Pucci assumiu o controle da grife, que foi incorporada ao conglomerado LVMH em 2000. Em 2006, o inglês Mathew Williamson, também muito reconhecido pelo uso constante de cores vibrantes e características estampas, assumiu a direção artística.
Tudo o que foi produzido por Emilio Pucci ao longo dos anos possui um imenso valor, não só histórico como também financeiro. As roupas Pucci são as mais procuradas em brechós por colecionadores e uma peça original pode valer uma fortuna.
Uma prova da força da marca mundialmente reconhecida até os dias de hoje foi a recente parceria com a Sony. Uma bolsa Pucci foi especialmente desenvolvida para que os usuários do jogo eletrônico portátil Play Station pudessem carregá-lo de forma elegante e confortável. A edição limitada da coleção se esgotou em poucos dias.