Há 30 anos, Jorge Pelingeiro é a voz que ecoa na Marquês de Sapucaí na Quarta-Feira de Cinzas durante a apuração do Carnaval do Rio de janeiro.
A frase “dez, nota dez”, que traz alegria aos diretores das escolas de samba, é sua a marca registrada e virou até monumento linguístico. Saiba mais sobre o homem por trás da voz mais famosa do Carnaval.
Curiosidades sobre Jorge Perlingeiro
Antes de ganhar o posto de voz da apuração, ele já era a voz do sambódromo. Desde a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa), em 1984, ele já fazia locução na avenida.
Em 1990, se tornou apresentador oficial da apuração do Rio e, desde então, lê nota por nota dos jurados até anunciar a escola campeã do Carnaval. E além de toda experiência carnavalesca, existe muito mais por trás do dono da voz “dez, nota dez”.
Formado em direito
Antes de se tornar a voz oficial do Carnaval, Jorge se formou em direito, mas nem chegou a exercer a profissão e foi através de um convite de seu pai que ele entrou para o meio jornalístico.
50 anos no Carnaval
Filho do apresentador de rádio e TV Aérton Perlingeiro, Jorge Pelingeiro tem 75 anos e ingressou no mundo da comunicação através do pai, que era muito conhecido na extinta TV Tupi.
Foi na mesma emissora do pai que Jorge começou a se aproximar do universo do samba. Ainda jovem, ele atuava como repórter nos desfiles da Carnaval do Rio de Janeiro e foi aí que começou a criar amor pela folia.
30 anos na apuração
Jorge Pelingeiro assumiu a apuração do Carnaval em 1990, que até então pertencia ao produtor artístico Carlos Imperial, que foi quem criou o bordão “dez, nota dez”.
Em 2020, ano em que a escola Viradouro foi campeã, ele completou 30 anos como a voz oficial da apuração das notas no Rio de Janeiro.
Escola de coração
Embora seja o locutor oficial das notas das escolas de samba do Rio de Janeiro, a escola de coração de Jorge Perlingeiro é a Unidos de Vila Isabel.
Entretanto, isso não muda em nada o resultado e as notas das escolas, pois ele só é o porta-voz e não jurado.
Mora na Sapucaí no Carnaval
Toda sexta-feira de Carnaval, Jorge Perlingeiro se muda, literalmente, para a Marques de Sapucaí para acompanhar todos os desfiles e detalhes.
Lá, ele mora em um contêiner e acompanha os desfiles das escolas de samba do Grupo de Acesso na sexta-feira e no sábado e no domingo e segunda-feira, assiste aos do Grupo Especial.
Coordenador geral dos desfiles no Sambódromo
Além de ser diretor da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa), ele também desempenha a função de coordenador geral dos desfiles no Sambódromo.
Nos desfiles, Jorge é responsável por colocar todas as escolas na avenida, abrir e fechar os portões, tocar a sirene, controlar o cronômetro e ainda ajeitar tudo para a entrada da próxima escola.
Regime de silêncio
Após passar as quatro noites acompanhando os desfiles, ele volta para a casa e faz um regime de silêncio para preservar a voz para a Quarta-Feira de Cinzas.
Em entrevista à BBC Brasil, ele contou que não atende telefone nem fala com ninguém, pois além de poupar a voz, ele tem que se concentrar para declamar as notas.
“Dez, nota dez” virou monumento linguístico
Embora tenha sido criado por Carlos Imperial, Jorge Perlingeiro deu continuidade ao “dez, nota dez”, mas com uma emoção e formalidade únicas.
Seu estilo de usar o bordão, fez da expressão um dos mais tradicionais “Monumentos Linguísticos” do Carnaval Carioca”, não é à toa que ela foi inclusa no “Cadastro do Modo de Falar Carioca”.
Comanda o programa Samba de Primeira
No início da carreira, ele lançou o programa “Samba de Primeira” na Rádio Globo, que segundo ele, lançou vários cantores e grupos, como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal e Dudu Nobre.
Anos depois, ele voltou ao comando do programa, que atualmente é transmitido pela Rádio Mania FM.
