Rainer Cadete relembra pressão para “se assumir” na infância: “Sociedade te aponta”

por | fev 16, 2022 | Comportamento

Falando publicamente sobre a sexualidade há meses, Rainer Cadete, que viveu Visky em “Verdades Secretas”, falou recentemente sobre sentir pressão para tocar no assunto desde pequeno. Segundo ele, mesmo em meio a muito preconceito, a sociedade “cobra” posicionamentos sobre a sexualidade alheia desde cedo – e, para o ator, que se define como pansexual, isso não é possível devido ao fato de que a sexualidade é algo que flui ao longo das vivências.

Rainer Cadete relata cobrança pela sexualidade na infância

Em entrevista ao canal “Põe na Roda”, no YouTube, Rainer Cadete voltou a falar sobre sua sexualidade recentemente. O ator, muito elogiado pela interpretação de Visky na segunda temporada de “Verdades Secretas”, se definiu como pansexual (alguém que se atrai por pessoas sem levar o gênero delas em consideração), e comentou ainda que, desde muito cedo, sente a pressão para falar sobre isso.

-
Pedro Pinho/Globo

“A sexualidade é algo muito pessoal. Muitas vezes a gente fica com uma ansiedade com relação à sexualidade do outro – e eu vivi isso na pele por ser uma criança um pouco mais sensível. As pessoas todas dizem que você é gay. Às vezes você nem teve uma experiência ainda e a sociedade já está te apontando como isso ou aquilo, ansiosa para que você decida a qual lado vai pertencer”, refletiu o ator.

Para Rainer, no entanto, nem todo mundo tem noção da própria sexualidade desde cedo. Ele, por exemplo, enxerga isso como algo fluido – ou seja uma característica capaz de ir em diversas direções ao longo do tempo. “É uma coisa líquida que vai fluindo e tomando forma. A minha vivência mostrou que eu sou capaz de amar independente do sexo, do gênero”, afirmou o ator.

-
Estevam Avellar/Globo

Por fim, ele expôs o desejo de que, em breve, a sociedade respeite mais a sexualidade alheia. “A gente tem que respeitar a sexualidade da pessoa. É da pessoa e ela vivencia como bem quiser. Não cabe à gente dizer se é mentira, se é verdade. […] Espero que, no futuro, as pessoas se importem menos com a sexualidade e o gênero do outro, não queiram controlar o corpo e a existência do outro, a forma como o outro sente afeto”, concluiu.