Apesar do reconhecimento da lei, homens e mulheres parecem não dar bola para a novidade. No Brasil, o número de casamentos realizados vem crescendo de forma contínua desde 2001. De acordo com os dados da Síntese dos Indicadores Sociais, divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), casou-se 7,7% mais em 2004 do que no ano anterior.
A juíza Vera Albuquerque é uma das que contribuíram com este aumento. Depois de passar quinze anos dividindo os lençóis com o médico Eduardo Carvalho, Vera decidiu, aos 48 anos, se casar. “Quando começamos a viver juntos, ele já tinha dois filhos, e eu, outros dois. O tempo foi passando e acabamos deixando o casamento de lado. Mas uma hora começamos a pensar na idéia, e achamos que poderia ser bem legal”, diz Vera, casada – no papel – há três anos.
Embora legalmente não fizesse diferença, já que a relação de Vera e Eduardo configurava uma união estável, eles optaram por se casar no civil. E já que era pra casar, Vera não fez por menos. A cerimônia foi realizada em uma festa para familiares e amigos, e teve direito à lua-de-mel em Paris. “Foi emocionante. Os filhos choraram, eu chorei, ele chorou. Mas casar no civil não mudou em nada nosso relacionamento. Já era gostoso. Tinha a certeza de que queria ficar velhinha ao lado ele. Todos os dias o Eduardo me pergunta se quero me casar de novo com ele”, conta Vera.