“Temos alunos de três a 63 anos, sendo que 90% deles não têm o objetivo de atuar na área circense”, conta Gustavo, um dos sócios do Espaço Lunáticos, que possui também aulas de acrobacias aéreas. Atualmente, são dez turmas de todas as idades. Para ele, a explicação para essa procura por trapézios, tecidos e liras ao invés de fitness disso ou fitness daquilo é simples: atividade coletiva e social e o componente lúdico. “A troca é livre, é gostosa de fazer. Os exercícios tornam-se algo divertido e prazeroso. Como se fosse um jogo que traz bem-estar físico, emocional e mental”, conclui.
Maibi e Fernanda sabem disso. E como elas, existem muitas pessoas que têm se aproximado do circo para manter o corpo saudável ou para apenas brincar um pouco. A alegria pode estar vinculada a exercícios saudáveis. E por que não? É tudo questão de ter equilíbrio para saber viver. Mente sã e corpo mais que são. Estejam eles nas alturas, pendurados por algum aparelho ou no solo. Por fim, alunos e professores de circo sabem que o importante mesmo é que o show tem que continuar. Seja no meio de um picadeiro ou fora dele.
Aplausos de pé!
Aparelhos aéreos
Trapézio: É o aparelho mais tradicional do circo e costuma ser usado por iniciantes como base. O corpo inteiro é trabalhado nos movimentos, principalmente, a parte superior. Na maioria das vezes você fica pendurado só pela mão e ainda têm como característica o trabalho solo. Tornam-se necessários flexibilidade e força.
Tecido: É recente na história do circo e é menos doloroso trabalhar com ele do que com o trapézio. É simples de se ter e, por isso, prático. Trata-se de um grande pano fixado a uma estrutura de altura variada e deve ter sempre o dobro do tamanho do espaço em que ele será utilizado. Aparelho que tem como característica o trabalho com os membros superiores e inferiores. Nele, o acrobata sobe e realiza sua performance amarrando-se, enrolando-se, girando… A musculatura dos braços e das mãos deve estar firme para a realização dos movimentos.
Lira: Aparelho aéreo que pode ser realizado individualmente ou em dupla. Pode variar de forma (gota, aro, estrela, etc). É todo de ferro, por isso não te dá muito jogo. Em um número com a corda, por exemplo, ela te acompanha se você faz um balanço. Com a lira isso não acontece. Você precisa ter mais domínio, mais controle, fazer tudo “a tempo”, como se diz no circo. Exige maior força e domínio corporal do que no tecido. Se o movimento ainda exige a lira girando, é preciso saber alimentar o giro. Nesse caso, o trabalho exige um outro tipo de pesquisa.
Bambu: Aparelho aéreo em posição vertical, realizado em dupla através de acrobacias sincronizadas com a utilização de suportes (cadeirinha, estafas, etc). É muito rígido e na maioria das vezes você fica pendurado por um pé só. É muito puxado, afinal, de cabeça pra baixo o seu peso dobra. “Você não pode ficar pendurado como um saco de batata. Precisa saber distribuir seu peso e sua força para conseguir se manter”, diz Angélica, do Anônimo. É um ferro coberto e que fica em contato direto com seu pé. Por isso, não estranhe se ficar com uma correntinha marcada no tornozelo após utilizar muito o aparelho. Perna e pé ficam enrijecidos.
Corda Indiana: Aparelho aéreo que trabalha membros superiores e inferiores. A modalidade inspirou o tecido, no entanto, é mais maleável e menos doloroso. Tem características de solo. São várias amarrações no seu corpo que lhe possibilitam fazer movimentos como as quedas. Você pode estar preso pela mão ou pelo pé.