Uma das maiores queixas das mulheres, quando o assunto é sexo, é o desinteresse dos rapazes pelo beijo na boca. Pois é, eles não querem saber de beijo de língua. No máximo sedem a algum carinho quando sabem que vai acabar na cama, mas nem assim se empenham muito.

“Homens são seres genitalizados. Essa história de beijar é algo que está mais ligada à ‘entrega’, às emoções; aquele papo de ‘menininha’”, diz Dr. João Luis Borzino, médico clínico sexologista, terapeuta sexual e orientador sexual pelo ISEXP-Fac. de Medicina do ABC-SBRASH. O terapeuta afirma que o que interessa aos homens é o contato genital, pois a maioria deles tem o sexo como objetivo e não como consequência, como as mulheres veem.

Para as mulheres que se queixam de que as coisas mudaram, Dr. Borzino tem uma explicação: “No início eles podem até ceder ao apelo romântico feminino, porém, com o tempo e a intimidade, tudo vai para o beleléu”. A maioria masculina só se interessa por carinho quando quer outra coisa, isso gera mágoa feminina e se torna uma das principais queixas.

Quem mais sofre com esse desencontro de interesses é a relação. A mulher fica muito chateada e passa a cobrar o parceiro. Por outro lado eles começam a se queixar da pressão, exagero e da implicância femininas. “E a história continua: elas achando que não são compreendidas, que eles só querem aquilo. Eles achando que elas são chatas, não gostam de sexo e só querem discutir relação”, diz o terapeuta.

Dr. Borzino lembra que a transformação do papel da mulher na sociedade pode ter influenciado esta situação. “A mulher passou a ceder muito mais facilmente às vontades masculinas para conseguir um relacionamento. Está errado, não faz parte da essência feminina e demonstra uma propaganda enganosa, pois a mulher quer carinho antes do sexo”, firma ele.

Aquelas que querem reverter esta situação devem conversar com o parceiro. O terapeuta diz que se deve mostrar para ele que o que lhe excita é o beijo, que a relação só vai lhe dar prazer se existir entrega e o beijo é sinônimo desta. “Genitalismo é coisa de filme pornô! A vida é diferente!”, dispara Dr.Borzino.

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