A gente ouve cada história do arco da velha por aí. Parece que algumas pessoas têm um imã que só atrai coisas malucas, esquisitas ou, no mínimo, muito engraçadas. Seja por falta de sorte, desatenção ou mera coincidência, de vez em quando, o destino deixa armadilhas nesse troço chamado “vida” que, para muitos, mais parece um jogo de campo minado. Se você se identificou, saiba que tem mais gente te fazendo companhia no time do “só podia ser comigo!”. E verdade seja dita: na hora em que absurdos insistem em acontecer logo contigo, dá vontade de arrancar os cabelos ou sentar no chão e, simplesmente, abrir o berreiro. Mas cinco minutos depois, esses “causos”, de tão inacreditáveis, acabam rendendo boas gargalhadas. E pense pelo lado positivo, ainda podem servir de desculpa para matar o trabalho, cancelar um encontro com um chato ou justificar o atraso para a reunião. Só cuidado: alguns episódios soam tão mirabolantes que não há santo que acredite – que dirá chefe ou namorado.
Todo mundo sabe que com dinheiro não se brinca, mas vai dizer isso pro caixa eletrônico do banco! O designer Fábio Pacheco passou por um aperto que, contando, ninguém acredita – ainda bem que, nesse caso, pelo menos o gerente acreditou. “Tava mal de grana e resolvi tirar um extrato pra ver se tinha entrado um dinheiro. Só que saiu um número absurdo, tipo 115 bilhões de reais de saldo. Levei um susto. De repente, eu tava rico! Primeiro, pensei em sacar tudo o mais depressa possível. Mas depois bateu a consciência, porque o dinheiro não era meu. Foi aí que fui olhar o extrato de perto e vi que do lado daquela dinheirama toda tinha um sinal de negativo, ou seja, eu estava era devendo milhões”, conta. Tremendo da cabeça aos pés, Fábio foi conversar com o gerente, que descobriu o que tinha acontecido. “Foi um erro do sistema e rapidinho meu extrato voltou ao normal. Num minuto, eu estava milionário; no outro, um miserável devedor. Essas coisas só acontecem comigo”, lamenta.
Fábio tem mais história pra contar. “Outro dia, fui pagar uma fantasia que custava 50 reais. Optei por débito automático, o cara do caixa me pediu para digitar a senha, eu digitei e quando me entregou o canhoto, o débito tinha sido de 500 reais em vez de 50!”, diz. 500??? Como assim? O pior foi a reação do balconista, fazendo piada numa hora dessas. “Quando avisei que ele tinha colocado um zero a mais e que tinha desfalcado a minha conta corrente, ele simplesmente olhou pra minha cara e disse ‘tá com dinheiro, hein?”, lembra.
Nos assuntos do coração, o destino também não resiste em pregar peças. Ou seja, na hora em que a gente mais quer impressionar alguém, acaba metendo os pés pelas mãos. Joana Amorim estava de olho num gatinho há um tempão. Quando enfim saíram juntos, deu no que deu. “O jantar foi ótimo e tomei uns drinks para desinibir. Ele me chamou pra ir pra casa dele, eu já estava muito mais pra lá do que pra cá e topei. Chegando lá, logo no primeiro beijo, fiquei enjoada. Disfarcei e perguntei onde era o banheiro. Fui correndo, mirei a privada e teria dado certo se não fosse um pequeno detalhe: o tampo estava fechado e o vômito escorreu pelo banheiro todo!”, conta Joana, lembrando que o cara teve que limpar tudo porque ela não tinha a menor condição. No dia seguinte, o santo, quer dizer, o carinha voltou a procurá-la, mas ela não teve coragem de atender aos telefonemas. “Aí é que eu me pergunto: a droga do vaso tinha que estar fechado? É muita falta de sorte!”, reclama.
Todo mundo já ficou preso no banheiro pelo menos uma vez na vida. Mas Júlia Diniz escolheu um péssimo dia para passar por essa experiência. “Foi no réveillon. A gente tava numa festa numa cobertura na praia. Faltando poucos minutos pra virada, por motivos de força maior, fui obrigada a ir ao banheiro. Teria dado tudo certo, se a porta não tivesse emperrado. Resultado: virei o ano sozinha, trancada num banheiro fedido, enquanto todo mundo pulava e se abraçava do lado de fora”, conta a estudante, entre o riso e o choro, que teve que esperar uns 15 minutos até o pessoal acalmar e dar conta da ausência dela. “Sacanagem. Ainda fiquei com medo de ter um ano ruim, por ter ficado reclamando da vida na hora da virada. Mas, no final das contas, o ano seguinte foi maravilhoso”, diz aliviada.
Às vezes, a gente planeja tudo direitinho, acha que não esqueceu nenhum detalhe, mas aí acontece alguma coisa e dá tudo errado. A dentista Marina Freitas planejou uma noite inesquecível com o namorado no aniversário de três anos de namoro: fez reservas no motel, comprou espartilho, óleos, velas, tudo certo para uma comemoração daquelas, até que… “Brotaram dois amigos na porta da minha casa e não tive como negar sair com eles. Ou seja: a noite que era pra começar num restaurante, começou num bar gay! Romantismo zero, né?”, conta. Mas não foi só isso. Conversa vai, chope vem, Marina admite que passou do ponto na bebida e acabou “dando um passeio” com o namorado, pelas redondezas desertas para, hum…, bem, como dizer? Ela mesma diz: “Quando me dei conta, estava rolando no chão com meu namorado, sem nem saber onde estava. Chato foi voltar pra perto das pessoas com barro e mato até na orelha, parecia que estávamos vindo da guerra”, conta.
Pensa que acabou? Na verdade, aí que aconteceu o pior. “Quando chegamos onde o carro estava estacionado, ele simplesmente não estava lá. Resolvi ligar pro seguro, mas minha bolsa com os celulares e nossas carteiras estavam dentro do carro. Situação complicada: eu sem um tostão no bolso, num vestidinho micro, imunda, a pé e sem poder ligar pra ninguém”, lembra. Naquela noite, o mau humor estava insuportável, mas hoje acha graça da situação. “Só podia ser comigo. Pra quem queria ter uma noite inesquecível, consegui! Tudo bem que de romântica não teve nada, mas, pra superar essa, acho que demora”, brinca. A vida tem dessas coisas: quando tudo está ruim, pode ficar ainda pior. O que consola é que sempre dá pra tirar uma lição positiva. Ou, pelo menos, boas gargalhadas!