As águas de março vêm por aí e o perigo nas pistas se multiplica. Um dos grandes trunfos dos motoristas nesta época é saber usar o freio do carro. Já parou para pensar se você sabe frear corretamente na chuva? Em pista molhada? E se, na sua região, ainda chover granizo, como fazer? Neste post, você vai saber mais sobre freios e aprender a se preparar para cada situação.
O engenheiro mecânico e de segurança Jaques Sherique explica os tipos de freio que existem no mercado automotivo. “São dois os tipos: o freio a disco e o freio a tambor. No freio a tambor, sapatas alojam as lonas de freio, especialmente desenvolvidas para atrito e fricção e que, em contato com o tambor, forçam a parada. No freio a disco, pastilhas de freio feitas com material de alta resistência ao calor e ao atrito são acionadas por mecanismos hidráulicos, para fazer a parada do sistema móvel”, detalha.
Parece complicado, mas você não tem que ser expert em mecânica para manter sua segurança ao volante. “Com a manutenção preventiva e a revisão, você evita problemas futuros”, garante Eduardo Guimarães, técnico da Nakata, fabricante de freios, suspensão e direção. Segundo ele, o ideal é que a manutenção preventiva seja feita a cada 5 mil quilômetros. “Deverão ser revisados discos, pastilhas, lona, tambor traseiro e fluido hidráulico. Além das manutenções periódicas, que ajudam a reduzir o custo de eventuais reparações corretivas, o proprietário do veículo deve estar alerta para qualquer sinal de anomalia no sistema de freios”, reforça.
Mas como identificar o problema? O especialista da Nakata cita os sinais mais comuns: “Pedal baixo, pedal duro, luz de advertência no painel acesa, fortes ruídos e desvios de trajetória ao acionar os freios indicam a necessidade de manutenção”. Sherique complementa: “Também é comum vazamento de óleo de freio ou a formação de bolhas no interior do sistema hidráulico, o que deixa o veículo sem freio ou com o pedal de freio vibrando”.
Você também pode fazer a sua parte para diminuir o desgaste do sistema. Sherique enumera o que o motorista deve evitar: “Freadas bruscas, manter o pé descansando no pedal de freio, excesso de peso e utilizar o freio de mão após viagem longa, porque ele estará muito aquecido e pode causar empeno do disco ou tambor”.
Agora, você já tem mais intimidade com o assunto e será mais fácil entender como algumas situações da rotina nas ruas pedem formas de frenagem específicas. O especialista Eduardo Guimarães ensina como dirigir nas situações seguintes:
Na chuva: “Com progressividade, evitando o travamento das rodas.”
Pista molhada: “Na falta do freio ABS, que é o sistema de freio antitravamento, frear com progressividade, evitando arrastar as rodas, o que aumenta o espaço de frenagem.”
Em pontos de alagamento: “Deve-se evitar o uso do freio em áreas alagadas e espelhos d’água, pois, dependendo da velocidade, pode ocorrer aquaplanagem e o motorista perde o controle do veículo. Outra situação ocorre quando o veiculo, ao passar por área alagada, tem as rodas submersas. Neste caso, é preciso ficar atento com as primeiras freadas, pois pode ocorrer falta de eficiência se lonas e pastilhas estiverem molhadas.”
Na curva: “Evitar frenagens em curva. O ideal é frear antes da curva para evitar que o
veículo saia da trajetória.”
No gelo: “O coeficiente de atrito é muito baixo. É recomendado frear progressivamente e manter maior distância em relação ao veículo da frente.”
Na neve: “Idem em situações de piso com baixo atrito. Procurar utilizar ao máximo o freio-motor, ou seja, usar o próprio funcionamento do motor para diminuir ou controlar a velocidade do carro, porque ajuda a mantê-lo sob controle.”