Bolsa de Mulher – Você poderia falar de tua vida familiar? Quantos anos têm teus filhos?
Toquinho– Minha família é muito bonita e importante na minha vida. Tenho raízes fortes, de amor e determinação. Procuro passar isso para meus filhos: Pedro, de 16 anos, e Jade, de 8 anos.
BM – A ascendência italiana influenciou a tua carreira?
T – Influenciou na facilidade em assimilar o idioma italiano, contribuindo para as relações com o povo daquele país, que sempre me acolheu como integrante de seus hábitos, tão comuns aos meus. Disso tudo resultou uma carreira internacional.
BM – O que você gosta de fazer no lazer?
T – O violão talvez seja meu lazer constante. Esse é o grande privilégio do artista. Mas curto muito um futebolzinho com os amigos, uma sinuca especializada ou colocar-me à disposição dos amigos quando ofereço uma culinária surpreendente aprendida com minha mãe, minha avó, minha tia e com muitas situações vividas na Itália.
BM – Você se considera um homem feliz?
T – Ultimamente só tenho tempo para ser feliz.
BM – Como é a tua religiosidade? Acredita em Deus?
T– Deus estará sempre no meu entusiasmo pela vida, em tudo o que faço.
BM – Como você se cuida ?
T – Cuido-me da maneira mais saudável. Procuro me alimentar muito bem, fazer alguns exercícios, sem exageros, dormir o bastante que o corpo exige, e sorrir o máximo possível.
BM – Como foi teu relacionamento com a Leila Diniz?
T – Vivi com Leila Diniz um aprendizado de liberdade.
BM – Você é tímido?
T – Já fui muito tímido na infância. O violão se encarregou de abafar essa timidez.
BM – Qual teu pior defeito?
T – O pior defeito seria não valorizar minhas qualidades.
BM – Você tem alguma mania?
T – Tenho a mania de não sufocar minha liberdade.
Bolsa de Mulher – Qual o maior sucesso de tua carreira?
Toquinho – Muitos sucessos confirmam minha carreira, felizmente. Entretanto, “Aquarela” ficou como marca internacional. É aquela composição que não pode faltar num show.
BM – Como foi a tua parceria com Vinícius?
T – A parceria com Vinícius foi uma conjunção de amizade, carinho e trabalho, em função do amor pela música. Vivíamos uma alegria constante, valorizando o artesanato do prazer de compor pelo sabor de um cotidiano pleno de outros sabores vitais: comer bem, beber o suficiente, amar livremente, curtir amigos, lugares e viagens. Enfim, viver intensamente.
BM – Onde você se sente mais à vontade? Palco, estúdio ou compondo em casa?
T – Sou uma pessoa que assimila facilmente o cenário em que me encontro. Após 35 anos de profissão, ficar à vontade é quase uma lei natural. Faço de tudo isso uma diversão. Se assim não fosse, não continuaria.
BM – Fale de tua parceria com Paulinho da Viola no show Sinal Aberto:
T – Paulinho da Viola é um velho amigo, de uma postura digna e simples. Ele carrega a nobreza de gestos e palavras, culminando com a suavidade da voz, a dicção perfeita, a dedicação ao que faz. Isso tudo facilita e contribui para uma união de palco e composição.
BM – Qual o momento mais importante de tua carreira?
T – Há uma constatação que, apesar de repetitiva, é verdadeira: todos os momentos de uma carreira são importantes. E são mesmo! Desde a primeira experiência de palco até os aplausos de milhares de pessoas. Uma carreira se confirma através de mínimas responsabilidades. E isso se mede pelo carinho das pessoas, do qual não posso reclamar.
BM – Você gosta de compor para crianças?
T – A experiência de compor é que me dá prazer, seja a criança o objetivo ou qualquer outro tema. O resultado é que difere: quando ouço uma criança cantar minhas canções, percebo então a extensão de um trabalho feito com autenticidade, que visa estimular o senso prático em função do lúdico e divertido mistério de brincar a vida.