Cheio de história
O empresário Júlio Lopes, 41 anos, é o protótipo do galã nacional. Sempre presente na mídia ao lado de belas mulheres, Júlio Lopes, ficou famoso por seus namoros e por muitos boatos de traições que cercavam esses relacionamentos. Nessa entrevista, o jovem empresário relembra histórias engraçadas de seus amores e comenta suas opiniões sobre traição.
Curioso confesso e bom vivant declara: “Estamos no ano 2000, véspera do século XXl, não podemos permitir que as novas gerações vejam traição como uma coisa anormal. Não estou dizendo que eu saiba como deve ser, muito pelo contrário, mas eu acho, que nós estamos aqui numa tentativa de fazer nossas vidas melhores. Acho que devemos experimentar de tudo, faz parte dessa vida que estamos levando, uma nova contextualização do casamento, da vida como um todo.”
Bolsa de Mulher – Qual o seu conceito de traição?
Júlio Lopes – Tanto em relações com amigos, sócios, mulheres, traição é a quebra de um acordo, de combinações. Você trai quando rompe unilateralmente esse acordo combinado anteriormente. A combinação pode ser de boca ou até mesmo escrita. Pensar já é uma forma de traição. Você ficar se masturbando pensando em outra pessoa já está traindo.
BM – Você já traiu?
JL – Já traí inúmeras vezes. Traí e fui traído muitas vezes.
BM – O que leva um homem a trair?
JL– O que estimula a trair é o tédio. A necessidade de procurar alguma coisa e não estar com saco de destruir a estrutura que está vivendo. Você está numa situação razoavelmente satisfeito, vai empurrando com a barriga e acaba querendo algo mais.
BM – E você tem algum motivo específico ?
JL – Todas as vezes em que aconteceu, eu na realidade, estava atendendo muito mais uma expectativa pessoal, atendendo um desejo, seja pessoal ou físico, do que propriamente sacaneando uma pessoa. Eu nunca quis fazer nada para magoar alguém. Nunca fiz nada pensando em magoar alguém. Isso é até mais grave. Algumas pessoas fazem isso deliberadamente para magoar. Isso nunca aconteceu comigo, se eu fiz alguma coisa que magoou alguém, foi exclusivamente atendendo uma necessidade de um desejo irrefreável de querer outra pessoa.
BM – Como é trair sendo uma pessoa pública ?
JL – Por eu ser uma pessoa pública complica muito. Tenho que tomar muito cuidado, não posso me expor e nem expor a minha namorada. Eu nunca fiz nada publicamente. É muito agressivo fazer publicamente.
BM – Já sentiu culpa ?
JL – Já me arrependi muitas vezes. “Que cagada, porque fiz isso? Não devia ter feito”. Mas isso é humano, todo mundo já passou por isso antes.
BM – Você acha que de alguma forma a traição pode contribuir com o seu relacionamento?
JL – Acho que pode contribuir sim. Porque você constitui um aprendizado, eu acho que não seria uma relação ideal, não é um relacionamento que eu gostaria de ter. Mas acho que uma amante pode até facilitar a união, tem pessoas que convivem bem com isso.
BM – Como foi se sentir traído ?
JL – As vezes em que me senti traído foi muito doloroso.
BM – E isso te levou a ter vontade de também trair a pessoa por vingança ?
JL – Não. Se eu me relacionei com alguém numa traição, eu nunca o fiz se não tivesse uma motivação, por um forte interesse físico, espiritual, intelectual, mental. Se eu estou me relacionando contigo, é porque estou interessado em você, não tem nenhum outro valor agregado sem ser tesão, vontade de estar com você sexualmente, emocionalmente.
BM – Você já foi pego alguma vez ?
JL – Nunca fui pego, sempre tomei muito cuidado para não machucar as pessoas. Sempre tomei todas as precauções.
BM – Você mente, então?
JL – Não sou bom mentiroso, eu tenho mais facilidade para omitir alguma coisa do que mentir. Se eu não tiver uma boa resposta eu me silencio. Eu sou mais verdadeiro que a média. Meu problema está por aí, eu falo o que eu penso, não sou um bom mentiroso. Eu só falo de coisas que eu acredito, eu convenço as pessoas muito facilmente. Sempre que traí, fiz porque era uma coisa que me motivava imensamente, não fiz para magoar ninguém.
BM – Tem histórias engraçadas pra contar ?
JL – Eu já percorri uma boa parte da minha vida, quero percorrer o dobro, mas eu já tive muitas experiências, até engraçadas, eu acho que já pude viver de tudo um pouco. Eu e três amigos de faculdade, namorávamos três meninas e tínhamos combinado de ir para o Sul com outras três meninas. Falamos que era uma inauguração de um supermercado e marcamos um jantar com as oficiais para comunicar a viagem, mas a namorada de um dos meus amigos, hoje muito amiga minha, não estava acreditando muito e fazia muitas perguntas. Mas esquecemos de combinar o nome do amigo do Sul que tinha nos convidado para a inauguração. A história até tava indo bem, até que ela perguntou o nome do cara. O meu amigo ficou sem ação, não sabia o que falar e falou: “é o Barata”. Não me agüentei e caí na gargalhada, chorei de tanto rir. Ele podia ter falado qualquer nome menos esse. Ou seja estraguei tudo, meus amigos quase me mataram, me esculhambaram. Acabamos indo, mas não tínhamos mais namoradas.
BM – Quantas vezes você já casou ?
JL – Nunca casei, mas já morei junto algumas vezes. Convivência é muito difícil, todo dia é dose. Minha média de namoro é de quatro anos. Eu já fiquei quatro anos junto várias vezes.
BM – E o que elas pensam disso ?
JL – De certa forma a mulher quando está se relacionamento comigo, até pelo meu histórico, pelo conjunto da minha obra, já entra com o pé atrás. Quando acontece, a pessoa já está sabendo que corre risco. Ela assumiu um risco grande. Me namorar é um risco sem dúvida. Namorar uma pessoa com meu histórico, é um pouco mais difícil.
BM – Então as mulheres têm medo de namorar você por causa da sua fama?
JL Hoje eu estou namorando há um ano e pouco, e estou numa fase super legal, não tem porque trair. Quando estou bem com uma pessoa não traio. Varia de um momento pra outro. Minha namorada diz que é muito corajosa e eu falo que ela é muito recompensada por isso. Eu tenho um potencial de dar grandes chateações, mas também tenho um potencial de dar grandes alegrias. Também não adianta nada você ter um cara que não te trai, mas é um chato, muito ciumento, te enche o saco. Eu não encho o saco, não sou ciumento, não cobro nada. Estou sempre estimulando a alegria, a felicidade, a uma vida mais prazerosa. Eu acho que uma coisa compensa a outra.