Vídeo antigo em que Bruna Lombardi dá resposta incrível a Bon Jovi viraliza: já viu?

Depois das declarações polêmicas do cantor Biel e do estupro coletivo sofrido por uma adolescente no Rio de Janeiro, discussões sobre assédio sexual e cultura do estupro ganharam mais espaço na mídia.

Com isso, muitas histórias semelhantes vieram à tona e até mesmo algumas antigas foram resgatadas, mostrando como as mulheres sempre sofreram com atitudes machistas, embora pouco se falasse sobre o assunto. Uma dos casos envolve o cantor americano Jon Bon Jovi.

Entrevista de Bruna Lombardi com Bon Jovi

Entrevistado no início dos anos 90 pela atriz Bruna Lombardi, o cantor falou sobre casamento, sexo, vaidade, carreira e outros temas. Quando foi perguntado sobre seu tipo de mulher, ele aproveitou a resposta para se insinuar para Bruna, dizendo que ela parecia ser uma mulher cara, mas que “gastaria uma grana para fazê-la feliz”.

No vídeo, que passou a circular na internet mais de 20 anos depois, Bruna dá uma resposta incrível. “Dinheiro não me faz feliz. Eu tenho dinheiro suficiente, não preciso de dinheiro de homem algum. Tenho minha própria carreira”, disse. Assista:

Atitudes machistas

Com a repercussão das imagens nas redes sociais, muitas pessoas começaram a acusar o cantor de machismo. A apresentadora Sarah Oliveira, que o entrevistou quando era repórter da MTV Brasil, contou que Bon Jovi também foi desrespeitoso com ela. “Ele me mandou um ‘fuck ya’ quando o entrevistei”, disse no Twitter. “Muitos desses ‘rock stars’ são machistas, grosseiros, mimados. Alguns usam a desculpa de estarem loucos”, completou.

Empoderamento feminino

À jornalista Patrícia Kogut, do jornal carioca O Globo, Bruna relembrou o episódio e disse que só conseguiu responder Bon Jovi porque é uma mulher empoderada e segura de si. “O que desejo é que todas as mulheres também possam se sentir dessa maneira e revidar todos os tipos de assédio. As mulheres merecem respeito”, disse.

Sobre a entrevista com o cantor, ela disse que, nos bastidores, ele estava envergonhado e pediu desculpas, convidando-a para jantar, mas ela não aceitou. “Se a pessoa me provoca, ela vai ouvir. Não estou interessada em assédio, estava apenas fazendo meu trabalho”, afirmou.

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O que é assédio?

Um dos pontos principais na discussão sobre assédio sexual é o fato de ser algo tão banalizado e naturalizado na sociedade, que muita gente sequer consegue identificar. Mas qualquer forma de constrangimento a alguém que esteja em situação de inferioridade pode ser considerada assédio, ainda que não haja nenhum tipo de contato físico. “Homens se sentem livres para nos ofender com palavras sexualizadas de baixo calão, somos expostas como propriedade privada ou objeto de consumo descartável na mídia. A mulher é a presa e o homem o predador”, explica Carol Lopes, do Coletivo de Mulheres Ana Montenegro, movimento feminista que atua na conscientização.

É importante lembrar também que a culpa nunca é da mulher e que os casos de assédio podem ser denunciados.