Vitor Belfort escreve carta à irmã desaparecida e emociona a todos

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“Creio que o desaparecimento é um eterno enterro até que o caso seja solucionado”, é assim que o lutador Vitor Belfort descreveu a agonia que sente desde que sua irmã, Priscila, desapareceu em 2004.

Já faz 14 anos desde o acontecido e ele decidiu fazer um texto muito emocionante em seu Instagram para a irmã. Na rede social, seus seguidores se emocionaram junto com o lutador e enviaram mensagens de muita força.

Texto de Vitor Belfort para irmã desaparecida

Priscila desapareceu aos 29 anos de idade. Nascida em 5 de dezembro, ela ganhou uma homenagem de Vitor Belfort pelos seus 44 anos.

https://www.instagram.com/p/BrBq6-pB1pm/

O lutador publicou uma foto de Priscila no Instagram e escreveu um texto lindo (leia na íntegra no fim da matéria), como se fosse uma carta atualizando Priscila sobre as novidades da família.

“Queria tanto que você conhecesse seus sobrinhos: Davi, Vitória e Kyara. Eles sempre perguntam de você. Já contei a eles todas as histórias possíveis e impossíveis que tivemos juntos. Pri, depois que você se foi a mãe e o pai envelheceram bastante, não dá nem pra imaginar a dor que eles sentem”.

No relato, Vitor também lembra de Priscila com muito carinho e expressa o tamanho da saudade que sente da irmã.

https://www.instagram.com/p/BPMBlJ2jdVW/

“Querida irmã, ao escrever isso lembro do cuidado que você tinha comigo, sempre preocupada comigo e querendo me agradar. Se pudesse voltar no tempo, confesso que queria poder te dar meu último abração e o último beijo”.

Vitor Belfort também falou sobre a agonia constante que é viver quando um ente querido desaparece sem nenhuma explicação. “O tempo, como todos sabem, é um santo remédio, mas ao mesmo tempo para algumas circunstâncias, ele é a própria morte.”

Desaparecimento da irmã de Vitor Belfort

https://www.instagram.com/p/BNovRQKjLPw/

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em 2017 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Público aponta que pouco mais de 694 mil pessoas foram dadas como desaparecidas nos registros policiais entre 2007 e 2016.

Embora Priscila não esteja nessa estatística, seu caso foi muito parecido com os dessas mais de 600 mil pessoas que sumiram sem explicação.

No dia 9 de janeiro de 2004, a jovem foi deixada pela mãe no trabalho, no centro do Rio de Janeiro e ao sair para almoçar, não retornou mais. Desde então, Priscila nunca mais foi vista.

Leia o texto de Vitor Belfort para a irmã:

“Pri, já se passaram 14 anos desde a última vez que nos vimos. Confesso que nunca imaginei que isso poderia acontecer, mas não vou perder meu tempo pois para quem fica esse assunto é pior que a morte. Pri, queria tanto que você tivesse aqui, queria poder te abraçar mais uma vez, te beijar mais uma vez, queria tanto que você conhecesse seus sobrinhos: Davi, Vitória e Kyara. Eles sempre perguntam de você. Já contei a eles todas as histórias possíveis e impossíveis que tivemos juntos.

Pri, depois que você se foi a mãe e o pai envelheceram bastante, não dá nem pra imaginar a dor que eles sentem. Cada um expressa de uma forma. Confesso que enterrar um filho(a) é algo que não deveria acontecer nunca, e ter um filho(a) desaparecido deveria ser inadmissíve.

O pai vai vir passar o Natal aqui com a gente, ele continua forte demais, mas ainda acha que é um garotão e sempre fala que pega mais peso que os jovens. Fala que dá ‘canseira’ nos garotões nas partidas de tênis, ou seja: continua daquele jeito!

A mãe ainda não tirou o passaporte nem visto, você sabe que ela sempre foi meio desorganizada, mas continua linda (mesmo não cuidando da saúde como deveria). Ela prometeu que agora vai começar a se cuidar pois tem ‘lindos’ motivos: um deles é ver os netos crescerem e ser uma bisa, ela é forte demais.

Não posso esquecer que agora a mãe e a tia Cássia moram juntas, e tia Cássia continua linda e uma super executiva (ela morre de saudades de você).

Me lembro que seu quarto era todo organizado e você sempre foi a certinha, do contrário, eu era muito desorganizado e bem bagunceiro, bem parecido com a mamãe!

Querida irmã, ao escrever isso lembro do cuidado que você tinha comigo, sempre preocupada comigo e querendo me agradar. Se pudesse voltar no tempo, confesso que queria poder te dar meu último abração e o último beijo.

O tempo, como todos sabem, é um santo remédio, mas ao mesmo tempo para algumas circunstâncias, ele é a própria morte. Conselho: ‘Faça o tempo trabalhar em seu favor, não deixe o tempo te matar’.

Creio que o desaparecimento é um eterno enterro até que o caso seja solucionado. Muitas famílias sofrem com isso, e só eles sabem o quanto isso é doloroso”.

Casos de desaparecimento