As campanhas que reforçam a necessidade de denúncia nos casos de assédio sexual estão crescendo na internet e abrindo espaços para que mulheres relatem, de forma anônima ou não, o que sofreram. Uma das mais conhecidas foi a do #MeuPrimeiroAssédio, que mostrou histórias ocorridas na infância e que muitas nunca tiveram coragem de revelar. Agora, uma nova campanha quer dar voz a alunas que são assediadas por professores em escolas e faculdades. Para isso foi criada a página “Meu Professor Abusador” no Facebook.
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Assédio de professores
A iniciativa de denunciar os professores abusadores partiu de três universitárias do Rio Grande do Sul que se identificam como futuras professoras. Na descrição da página, as administradoras explicam que a denúncia deve ser feita sem citar nomes, listando apenas características que tornem a pessoa identificável, como a instituição na qual trabalha, idade, descrição física, disciplina que leciona e estado/cidade em que se encontra, mas nunca deixando a identidade explícita.
Poucos dias após a criação, já há mais de 13 mil curtidas e quase 500 publicações de casos de assédio, ocorridos em diferentes partes do país, sendo a grande maioria envolvendo meninas menores de idade no ensino médio ou até mesmo fundamental.
Segundo as administradoras, há ainda muitos outros, recebidos tanto através da própria página quanto por um formulário, que no momento está desativado, até que elas consigam atualizar todas as histórias. Elas pedem também que as pessoas comecem a utilizar a hashtag #MeuProfessorAbusador pelas redes sociais, em seus perfis pessoais. “Vamos descentralizar esse movimento tão importante, e trazer ainda mais visibilidade para a causa”, escreveram. Veja algumas histórias compartilhadas na página:
Relatos de assédio e abuso
Como denunciar?
Os relatos de assédio ou abuso sexual, assim como possíveis provas, como fotos, vídeos ou prints de conversas, podem ser enviados por inbox ou para o e-mail [email protected]. Depois, as histórias são publicadas na página sem o nome da denunciante. “Tudo isso é para a nossa segurança e também para a de vocês, pois sabemos que muitos desses homens são pessoas que detêm certo poder social e monetário, fato que nos coloca em risco judicial ao expormos suas identidades”, afirmaram.