Depois de 60 anos, a Turma da Mônica vai ganhar uma família de personagens negros. A informação foi divulgada pela consulesa da França, Alexandra Loras, que ao publicar uma foto da bonequinha com cabelo crespo, comemorou: “Uma crespinha chegando enfim na #turmadamonica em #2017”.
Ao Vix, a assessoria de imprensa da Maurício de Sousa Produções confirmou a informação. Os personagens, embora já tenham sido criados, ainda estão em estudo, mas já dá para comemorar!
A Turma da Mônica ganhará um pai, uma mãe e dois filhos negros de cabelos crespos. A família será residente do Bairro do Limoeiro, lugar fictício onde a maioria das histórias se passam.
Os personagens do novo núcleo, no entanto, ainda não tiveram os nomes e os desenhos divulgados. A assessoria também não confirma a data de estreia. A prévia foi publicada apenas por Alexandra.
Anteriormente, em uma história ou outra era possível encontrar Jeremias, um dos personagens mais antigos da turminha. Mais velho, ele aparecia ao lado dos amigos como Franjinha, Titi e Manezinho.
Agora, ter uma família toda fazendo parte do núcleo principal significa muito. O passo é muito importante para a representatividade. A construção de uma sociedade racista leva a criação de um “padrão de normalidade”.
No caso de personagens de desenhos, esse padrão são bonecos brancos. Este tipo de produção, no entanto, afeta de diferentes formas os indivíduos, especialmente as crianças e os adolescentes negros, que estão em formação e, nesse processo, ao se depararem com as histórias, não se enxergam.
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Samara Felippo, que é mãe de duas menininhas de cabelo crespo, sabe bem a importância da representatividade. Nas suas redes sociais, ela sempre comenta a diferença e a necessidade de suas pequenas se enxergarem em histórias, brinquedos, telenovelas e em todas as outras representações. Tanto é que ao saber de uma das novas personagens, a atriz comemorou a novidade, mas lamentou ter demorado 60 anos para isso acontecer.
Alexandra, além de ter comemorado os novos personagens, não deixou de fazer um apontamento importante: no Brasil, mais de 50% da população é negra. Essa, no entanto, não é a porcentagem de personagens e atores negros em filmes, novelas e histórias em quadrinhos.
Os avanços são positivos. Mas ainda há muito pelo que lutar.
Representatividade importa
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