Pequenos, grandes, sapecas ou preguiçosos, os animais de estimação são mesmo uma graça! Eles chegam como quem não quer nada e logo vão conquistando espaço em casa e nos nossos corações. Não há quem não se derreta pelo seu bichinho, que acaba se tornando definitivamente um novo membro da família (e xodó da casa)! Mimos para cá, risos e diversão para lá – tudo de bom. No entanto, não se iluda, ter um deles traz muita alegria, mas também dá trabalho, porque, assim como nós, exigem uma série de cuidados. Portanto, antes de se deixar levar pelo carisma de um animalzinho ou ceder aos apelos empolgados dos filhos, do marido ou seja lá quem for, fique por dentro de como escolher o animal de estimação certo para você e conheça as transformações que um bichinho vai trazer em casa e no dia-a-dia de toda a família.
Veja no slideshow os animais de estimação dos entrevistados!
Para você e seu pet serem felizes, o primeiro passo antes de levá-lo para casa é se fazer algumas perguntas. Se passar no teste, vá correndo até a feira, canil ou pet shop mais próximo e compre ou adote o seu animal de estimação!
Para alguém criar um bichinho é preciso ter consciência de que ele não é um brinquedo com que você brinca e depois guarda ou esquece. É uma criatura viva, que tem sentimentos, mesmo que diferente dos nossos
O que você quer?
“Ter em mente o que você espera do seu bichinho é muito importante antes de adquiri-lo, porque às vezes o temperamento dele não condiz com o que você espera. Para brincar com as crianças, por exemplo, a melhor opção são os cachorros mais elétricos e dóceis, como boxer, labrador e fox paulistinha. Os vira-latas também são ótimos, super espertinhos!”, recomenda a veterinária Fernanda Firmino, professora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília. “Os hamsters são ótimos, mas não recomendo para crianças, porque têm atividade noturna, ou seja, dormem durante o dia e acordam apenas durante a noite, quando elas já estão na cama”, explica a veterinária Mirela Tinucci, professora da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista.
Para os adultos, Fernanda Firmino aconselha os cachorros mais quietos, como o Shi-tsu. “Os gatos também são animais geniais, apesar de existir certo preconceito – diga-se de passagem injusto – em relação a eles. Os bichanos são ideais para quem quase não pára em casa. Eles dormem mais ou menos 18 horas por dia, ou seja, não incomodam ninguém, não têm cheiro e amam de paixão o dono, mas são animais independentes, o que faz com que se virem muito bem sozinhos”, explica Mirela Tinucci.
A publicitária Fernanda Saboya ama sua gatinha July, que se adequa perfeitamente ao estilo de vida da dona. “Não gosto de animais carentes. Minha gata é ótima justamente porque é independente e, como eu, não gosta muito de grude”, confessa a publicitária. “Quando chego em casa, sempre vou atrás de onde ela estiver deitada pra fazer um carinho. Antes de dormir também. É um conforto saber que vou chegar em casa e encontrá-la. Tenho a July desde criança, então sempre que eu ficava triste, ia ficar com ela. Mas, se fico muito tempo perto, ela se levanta e vai embora”, diverte-se. Já Mariana Medeiros, publicitária, preferiu um cachorro. “Os gatos são como inquilinos, não fazem parte da família de verdade. E acho que pássaros e peixes são mais enfeites do que bichinhos de estimação. O cachorro é único que se apega de verdade ao dono, que interage”, pondera.
Tem tempo e paciência para se dedicar?
Seja qual for o seu animal de estimação, ele precisa de dedicação e responsabilidade. “Às vezes você passa por uma pet shop e acha os bichos lindos, mas reflita se você tem realmente paciência para o dia-a-dia com o animal. Não se deixe levar pela carinha fofa e lembre-se que ele não vai ser filhote para sempre, que vai estar sob a sua responsabilidade por um bom tempo, por uma vida. Por isso, é muito importante a família inteira estar de acordo com essa decisão”, enfatiza a veterinária Mirela Tinucci.
“Tem que ter o que a gente chama de posse responsável. A partir do momento em que você leva o animal para casa, você é totalmente responsável por ele, devendo prover as condições básicas de saúde e alimentação. Não se esqueça que é uma vida!”, frisa a veterinária Fernanda Firmino. E não pense que hamsters, peixes, coelhos ou passarinhos precisam de menos atenção. “Todos os animais respondem a carinho e têm total empatia com o dono. Todos eles precisam de cuidados e paciência”, afirma Mirela. Sem contar que é preciso ter tempo e disposição para limpar cocô, dar comida, água, levar para passear, dar banho, levar periodicamente ao veterinário e por aí vai.
A universitária Regina Rathunde que o diga! “Antes de ter um, é preciso realmente pensar se você vai ter tempo suficiente para se dedicar a ele, se você será capaz de torná-lo parte da sua vida. Eu, por exemplo, já deixei de ir a festas, reuniões e perdi noites de sono porque meu cachorro estava doente. Algumas vezes, confesso que é cansativo chegar em casa e ainda ter que levar o William para passear, mas sempre procuro lembrar que ele ficou o dia inteiro só esperando que eu voltasse”, conta Regina, que também acorda mais cedo para garantir ao seu cão dois passeios por dia. Mas, segundo ela, é preciso se acostumar com o fato de que o dono acaba ficando um pouco preso. “Muitos locais como hotéis e pousadas não aceitam animais. Ou o dono o deixa num canil, ou deixa de viajar”, diz.
Juliana Forli, jornalista, dona de um bulldog francês chamado Tacuba, nunca passou por esse aperto, mas já se informou sobre um hotel para cães. “É aqui perto de casa e parece bacana. Você pode ver o seu cachorrinho por câmeras na Internet, sendo que ele dorme num quarto e não numa gaiola. Custa R$ 30,00 a diária”, anima-se a jornalista, que também é super zelosa para garantir o conforto do seu cãozinho. “Eu trabalho a maior parte do tempo em casa, então acordo, vou direto soltar o Tacuba pela casa (ele dorme preso numa varanda) e limpar o espaço dele (trocar jornal, passar pano no chão. Isso eu faço umas três ou quatro vezes por dia). Também tem que trocar a água sempre, para ficar fresca”, enumera Juliana, que morre de saudade do cãozinho quando precisa sair de casa. “Não fico mais o dia todo fora. Dou um jeito de passar em casa, ficar com ele e sair de novo. Coisa de mãe!”, derrete-se a jornalista.
O designer Fábio Pacheco, marido da Juliana e “pai” do Tacuba, assina embaixo de tantos cuidados. “Para alguém criar um bichinho é preciso ter consciência de que ele não é um brinquedo com que você brinca e depois guarda ou esquece. É uma criatura viva, que tem sentimentos, mesmo que diferente dos nossos. Sente-se triste, feliz, deprimido, sofre e ama”, acredita Fábio.
Mas, segundo a analista de sistemas Gabriela Paiva, o maior trabalho é quando o animal ainda é filhote. “Minha cadela Lilica comia muita coisa, incluindo batons (principalmente manteiga de cacau), subia na mesa para comer a comida enquanto ninguém estava olhando, entre outras coisas”, conta. De fato, é preciso muita paciência para ensinar os limites ao seu animal filhote. E, se você não se anima para isso, pode até recorrer ao adestramento por um profissional. Sai mais caro, é claro, mas o trabalho é zero.
A universitária Regina Rathunde, porém, preferiu cuidar de tudo sozinha. “No início, o William destruiu muitas coisas. Toalhas e tapetes eram os preferidos. Fez xixi em calças jeans, mas, em compensação, jamais acabou com um chinelo”, ri Regina. “Com paciência e muito amor, ele acabou aprendendo a se comportar”, garante. A Chiquinha, cadelinha da publicitária Mariana Medeiros, também chegou em casa fazendo o maior vendaval. “Ela destruía tudo! Eu tirava o tênis, ela corria para pegar a meia e só devolvia depois de muito rasgada. Comeu cintos do meu pai, fios de telefone, ouviu muito sermão, mas depois cresceu. Agora, dá trabalho ter que lembrar as datas das vacinas, levar ao veterinário, levar para passear várias vezes ao dia. Mas é um trabalho bom de ter”, garante Mariana.