Quem usa aparelho precisa tomar uma série de cuidados para mantê-lo sempre limpo e bem-cuidado. A começar pela alimentação, evitando comidas duras e pegajosas que possam enroscar no aparelho. Não se deve mastigar canetas, lápis ou unhas, pois um aparelho danificado quase sempre vai acabar prolongando o tempo de tratamento. No aparelho fixo, a escovação tem de ser bastante cuidadosa, pois ele tem reentrâncias que possibilitam a retenção de restos alimentares e bactérias. Outra mudança importante é no uso do fio dental, que deve ser colocado, inicialmente, por baixo do fio do aparelho e, depois, passado entre os dentes. “Existe no mercado um passador de fio dental, de plástico, que facilita muito o uso”, comenta a dentista.
Para quem usa aparelho móvel, a dica é sempre fazer a higiene do aparelho após escovar os dentes. Basta escová-lo diariamente com creme dental, buscando evitar a retenção de placa bacteriana e, conseqüentemente, um sabor desagradável. Se for necessário dar uma turbinada na faxina, pode ser feita uma limpeza extra mensal, deixando o aparelho submerso em anti-séptico bucal por quinze minutos. Ah, e um aviso aos neuróticos por limpeza: nada de ferver o aparelho, senão ele se estraga todo! A conservação também é importante: sempre que houver necessidade de tirar o aparelho – seja para comer ou dormir -, deve-se guardá-lo na caixinha fornecida pelo ortodontista, para evitar quebra ou deformação.
Hoje é muito comum as crianças apresentarem doenças respiratórias, como a rinite alérgica, que provocam a respiração bucal. Doenças como esta atrapalham o desenvolvimento ideal da criança.
Higiene bucal
Mas não é só o aparelho que exige atenção especial: a saúde bucal da criança também. De acordo com a Dra. Carla, a higiene oral deve ser redobrada, porque o aparelho fixo, principalmente, facilita muito o acúmulo de placa bacteriana – o que provoca cárie e doenças da gengiva. E o aparelho móvel só deve ser recolocado na boca depois de uma escovação bem caprichada e do uso do fio dental, para não abrigar restos alimentares e provocar, também, o aparecimento da placa.
Ao longo do tratamento, a criança terá de voltar algumas vezes ao consultório para fazer uma revisão. Lá, o ortodontista vai acompanhar a evolução do tratamento e verificar se há necessidade de um trabalho mais abrangente, com a ajuda de outras especialidades odontológicas – como periodontia, dentística, cirurgia buco-maxilo-facial, entre outras – ou de fonoaudiólogos e pediatras. “Hoje é muito comum as crianças apresentarem doenças respiratórias, como a rinite alérgica, que provocam a respiração bucal. Doenças como esta atrapalham o desenvolvimento ideal da criança, pois dificultam até mesmo a prática de atividades esportivas, que são fundamentais para um bom crescimento”, explica a Dra. Carla.
Como saber se há algum problema
Você está desconfiada de que seu filho precisa usar aparelho? Segundo a Dra. Carla Duque, existem maneiras de descobrir se ele realmente tem algum problema dentário. Peça para seu filho abrir a boca por um minutinho e confira se ele apresenta alguma dessas falhas:
– Os dentes permanentes estão nascendo desalinhados;
– Um único dente permanente precisou “derrubar” dois dentes de leite para nascer;
– Um ou mais dentes inferiores fecham pela frente dos superiores;
– O queixo está um pouco para o lado, criando assimetria na face;
– A criança não consegue morder os alimentos com os dentes da frente, usando sempre a lateral da boca;
– O queixo é muito para frente ou muito para trás em relação ao resto da face;
– A criança respira pela boca, range os dentes, rói unha, chupa o dedo ou chupeta.
No entanto, a presença de alguns desses sinais não significa que, obrigatoriamente, a criança vá ter de fazer o tratamento. “É necessária uma avaliação com um especialista. Uma boa conversa com um profissional que tenha bom conhecimento do desenvolvimento do crânio e da face vai ajudar a decidir quanto aos tipos de técnica e a necessidade de correção pelo aparelho”, assinala a Dra. Carla. O importante é buscar essa ajuda o quanto antes, para evitar que os problemas se agravem ou venham a incomodar no futuro.