Paredes são o que há de mais sem graça em casa, certo? Errado! Se usarmos um pouquinho de criatividade ou procurarmos a ajuda de um bom arquiteto, elas podem dar um “tchan” no visual do lar. Você verá que arrastar os móveis, mudando tudo de lugar, pode não ser a solução mais prática para dar um novo ar à sua casa. Uma mãozinha de tinta ou a aplicação de texturas, papéis de parede e adesivos podem ser ótimas opções para quebrar a monotonia daquela decoração antiga, que você não muda há tempos e que, talvez, não tenha mais nada a ver com você.
Veja o slideshow com os ambientes.
A escolha de cores
Marrom, laranja, bege, amarelo, vermelho… Não há um consenso entre os arquitetos que eleja a cor ideal para as suas paredes. Afinal, ela depende, também, dos seus móveis e do seu próprio estilo. Segundo a arquiteta Patrícia Martinez, estamos numa fase mais acinzentada, de tons mais frios, que valem para a sala, hall e copa-cozinha. Para os quartos, a arquiteta sugere cores mais suaves. “A vida já é bem corrida. Por isso, é bom usar cores claras nos quartos. Ficamos mais serenos, calmos e relaxados”, afirma Patrícia. A arquiteta Carolina Wambier também gosta dos tons mais sóbrios, como o marrom que, segundo ela, são mais aconchegantes.
Se o ambiente for muito pequeno e, ainda por cima, todo sóbrio na cor, além de sufocar e diminuir o espaço, cansa e esquenta
Mas, alto lá! Não saia pintando tudo de escuro! Você não quer um cômodo sufocante, quer? Fechar o ambiente com cores escuras acaba tornando tudo muito frio, muito europeu, o que não combina com o calorão do nosso país tropical. “Se o ambiente for muito pequeno e, ainda por cima, todo sóbrio na cor, além de sufocar e diminuir o espaço, cansa e esquenta!”, explica a arquiteta Déborah Bijos. Na cozinha, ela gosta de usar cores mais quentes, como mostarda e amarelos fortes. “Atraem o apetite!”, explica.
A dica é procurar quebrar os tons escuros com cores vibrantes, como verde-limão e laranja. Ou combinar o branco de três paredes do cômodo com o tom vivo da outra. Você pode aliar, em salas e quartos, o branco ao caqui, ao laranja, ao vermelho e ao azul. São nessas jogadas de cores que a casa respira e ganha um ar despojado, alegre e mais acolhedor, sem ser espalhafatosa. “Para deixar o ambiente suave, o bege também é uma cor excelente”, garante Déborah, que, para dar o contraste, fixa nas paredes telões coloridos ou usa e abusa de acessórios no cômodo. Para quem não tem muitos objetos decorativos em casa, a arquiteta sugere o recurso de pintar, pelo menos, uma parede do ambiente com cor forte. “Esse é o tchan”, explica.
Sim, eles estão de volta!
Lembra daquele papel de parede da casa da vovó? Não é mais coisa do passado. Os papéis de parede voltaram à moda com força total e muita variedade. Floridos, listrados, coloridos, lisos, imitando seda, pedra… A lista é mesmo extensa e pode satisfazer a todos os gostos. Os papéis de parede podem ser usados em vários ambientes da casa, desde o lavabo, passando pelo living até os dormitórios. “Em sala, nunca!”, garante a arquiteta Déborah. Já na cozinha, os temas tropicais, como bananeiras e coqueirinhos, dão um ar super cool.
Em quarto de bebê, é muito comum, porque é bastante prático. “Não deixa cheiro, como a tinta, nem poeira ou sujeira”, revela a arquiteta Déborah Bijos. Pode ser aplicado em um dia, com uma cola especial e, de preferência, por um profissional qualificado. A arquiteta Patrícia Martinez não recomenda que se coloque a mão na massa sozinho, porque os papéis ainda são bem caros para se correr o risco de ficarem mal colocados ou rasgarem. E, segundo ela, a mão de obra de colocação é o que menos pesa no bolso. Portanto, vale a pena pagar por um trabalho de qualidade, porque não é qualquer um que usa bons materiais.
Déborah Bijos explica que já teve um problemão com o papel de parede em sua casa. “Devem ter utilizado uma cola ruim e começou a soltar uma pontinha do papel na parede. Meu filho, pequeno, foi lá e puxou… Um desastre! Fiquei com a parede toda rasgada!”, conta. As arquitetas sugerem procurar alguém da própria loja onde você adquiriu o produto para indicar um bom profissional de aplicação. E nunca caia na tentação de esconder uma rachadura ou outra imperfeição qualquer da parede com o papel. “A parede deve estar lisinha, se não o papel pode estufar depois”, garante Déborah.
O papel de parede deve revestir, de preferência, as quatro paredes. Não que fique estranho em uma parede só, mas não costuma ser recomendado. O que se pode fazer – aí sim – é revestir meia parede com o papel, colocando uma faixa para separar a outra metade da parede. Mas não é em todo ambiente que se pode utilizar esse recurso. O cômodo mais indicado para tal é o quarto de bebê.
Já Patrícia Martinez abandonou de vez as barras de parede e Carolina Wambier é radical: “De jeito nenhum! Troco faixas por frisos de gesso. Em lavabos, já coloquei frisos de conchinhas, por exemplo”. Pois é, as faixas não tiveram a mesma sorte dos papéis de parede e acabaram na lista dos old-fashioned, ou na casa das vovós…