A gestação sempre é um momento especial na vida de todos e sempre necessita de cuidados especiais. A gestação gemelar mais ainda. Sua incidência no mundo é de aproximadamente 1/250 partos. O avanço da medicina reprodutiva é a grande responsável pelo aumento dos índices das gestações múltiplas (gêmeos/trigêmeos/quadrigêmeos/…). Mas para tudo existe um risco e nas gestações múltiplas não é diferente. Os riscos são variados para os gêmeos verdadeiros comparados aos gêmeos fraternos.

Os gêmeos verdadeiros têm o mesmo código genético (os dois vem do mesmo óvulo) e compartilham a mesma placenta, existindo uma “concorrência” entre eles pela nutrição. Não é raro um dos fetos ser bem maior do que o outro por haver um desvio nutricional maior para um em detrimento do outro. O parto prematuro costuma ser mais freqüente e mais precoce nos gêmeos idênticos. Nos gêmeos fraternos os bebês são geneticamente diferentes, logo as placentas são diferentes não ocorrendo nesta caso problemas nutricionais.

Nos dois tipos de gêmeos existe a disputa pelo espaço, mas ocorre sempre uma arrumação interna, na maioria das vezes eles se posicionam inversamente um de cabeça para baixo e outro com a cabeça para cima. Quanto mais fetos maior o risco de prematuridade extrema, podendo levar estes bebês a ficar mais tempo sob cuidados intensivos ou a maiores complicações. Devido a isto, existe um cuidado cada vez maior nas gestações induzidas artificialmente de levar a paciente a, no máximo, uma gestação gemelar. O tipo de parto é discutível, mas a operação cesariana é realizada na maioria dos casos.

Por Dr. Paulo Marinho, ginecologista e obstetra. Tel: (21) 265-1422