Gostoso e nutritivo > A nutricionista Nadima Zeidan alerta que é de pequeno que se aprende hábitos ali

Por Nadima Zeidan

Uma preocupação constante dos pais é com a alimentação dos filhos. De que maneira se pode atender a demanda de nutrientes necessários nesta fase e promover um desenvolvimento saudável? Só é possível alcançar tal objetivo com a oferta de refeições equilibradas no dia-a-dia, seja em casa ou na escola. Quando as refeições são acompanhadas pelos pais, ou seja, todos fazem as refeições em família, é possível avaliar se a criança aceitou ou não o que lhe foi oferecido e principalmente trabalhar o hábito alimentar saudável. Quando os pais compartilham bons hábitos alimentares, seus filhos com certeza farão o mesmo na idade adulta. E quando os pais não participam das refeições com seus filhos, ou seja, na escola, no horário do lanche, o que podemos fazer para balancearmos essa refeição?

É importante ressaltarmos a presença do nutricionista nas escolas como fator decisivo para a formação de bons hábitos alimentares, através da educação nutricional, da criação de cardápios adequados para as diferentes faixas etárias, entre outras atividades desenvolvidas por este profissional. Quando a escola não oferece o lanche para as crianças, é recomendável que a mãe procure enviar na merendeira preparações com alimentos saudáveis e que contenham carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas, devendo ser evitados alimentos com alto teor de gorduras saturadas, açúcares refinados e aditivos químicos. Podemos citar, por exemplo: suco de frutas com pão e requeijão, iogurte natural preparado com frutas, biscoitos sem recheio, frutas e barrinhas de cereais, suco de frutas ou água de coco e bolos caseiros.

Mas nem sempre a criança aceita levar o lanche de casa. Nesse caso, os pais devem orientar e tentar convencê-la a consumir produtos mais saudáveis na escola. Como isso pode ser feito se, na maioria das vezes, as cantinas escolares não oferecem opções de lanches recomendáveis para compor um cardápio adequado? Vale ressaltar que os pais devem exigir que a escola possibilite a alternativa de lanches tão salutares quanto os feitos em casa, pois isso é determinante para a criação de hábitos alimentares que terão repercussão na vida adulta, evitando uma série de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia (colesterol elevado).

O aumento da obesidade infantil prova que pais e escolas não estão tratando o assunto com a importância merecida. Como reverter esta situação se é muito mais prático oferecer alimentos industrializados, sem falar da atração que tais produtos exercem sobre a criança? Pais e escolas precisam mais do que nunca discutir o assunto e criar uma estratégia conjunta de ação visando uma nova cultura alimentar, incluindo no dia-a-dia não só o consumo de alimentos naturais, mas uma filosofia de vida que entenda a nutrição como elemento fundamental para a promoção da saúde e de uma vida mais longa.

Nadima Zeidan é nutricionista-Chefe do Hospital Municipal Salles Netto e do Centro Infantil Tempo de Criança e membro do Conselho regional de Nutricionistas da 4a. Região – CRN-4.