A expectativa de vida da brasileira aumentou e o número de mulheres que querem ter filhos naturalmente, depois dos 35 anos, também. Mas e o método de reprodução assistida, é aconselhável até que idade? Confira as opiniões de especialistas no assunto.
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O censo do IBGE revelou que houve um aumento de 34% no número de brasileiras que tiveram filhos depois dos 35 anos. Já na Inglaterra, um estudo recente mostrou que quase metade da população feminina acredita que pode engravidar a qualquer momento, mesmo depois dos 40.
Contudo, a bioética e o direito avançam no sentido de regulamentar as novas opções apresentadas pela medicina reprodutiva. Pesquisadores britânicos e norte-americanos estão trabalhando em conjunto para gerar um suprimento ilimitado de óvulos humanos, capazes de revolucionar a fertilização in vitro e fazer com que o período fértil feminino seja tão extenso quanto o masculino. Além disso, algumas pesquisas estão buscando rejuvenescer os ovários de mulheres mais velhas.
No Brasil, segundo o especialista em reprodução humana Assumpto Iaconelli, diretor do Centro de Fertilização Assistida Fertility, somos regidos pela Resolução 1.957/2010, que considera a infertilidade um problema de saúde em sentido amplo, mas proíbe a fecundação humana com o objetivo de investigação científica.
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Qual é a idade máxima para engravidar?
Mas diante de todos os avanços da medicina, qual seria, então, a idade máxima para ter filhos por meio da reprodução assistida, o conjunto de técnicas que busca viabilizar a gestação em mulheres com dificuldade para engravidar? Na falta de leis abrangentes que regulamentem todos os aspectos envolvidos no processo, Iaconelli explica que cabe a cada clínica estipular, com bom senso, a idade máxima. “Na minha opinião, a partir dos 50 anos não se deve mais considerar engravidar por técnicas de reprodução assistida. Não apenas porque essa paciente entrará na terceira idade quando o filho estiver ingressando na adolescência, mas por questões de saúde também. Quanto maior a idade da gestante, proporcionalmente maiores são os riscos para ela e o bebê”, diz o médico.
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O andrologista e especialista em reprodução assistida Lister de Lima Salgueiro, da clínica Fértilis Medicina Reprodutiva, em Sorocaba, compartilha da mesma opinião e orienta que a gravidez depois dos 50 é considerada de risco mesmo utilizando óvulos doados. “Não existe idade para receber óvulos doados, mas está se estudando um limite a ser aplicado no Brasil. Na Itália, por exemplo, o limite é de 55 anos, baseado em fatos sociais, pois no caso de uma mulher com gravidez aos 60 anos, o bebê terá uma chance muito maior de ficar órfão antes de completar 10 anos”.
Já para Edward Carrilho, especialista em reprodução humana da Clínica Engravida, a gestação em idades mais avançadas deve ser avaliada caso a caso, devendo a mãe estar em boa condição de saúde, para que a gestação transcorra da melhor maneira possível. Ele salienta a importância de realizar acompanhamento com um especialista em gestação de alto risco, pois a idade materna avançada é um fator de risco importante, que deve ser acompanhado de perto.
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