Para cada bebida uma taça diferente
Por meio da observação dos especialistas, notou-se que as características das bebidas podem ser alteradas de acordo com o recipiente em que elas forem servidas, comprometendo, inclusive, o seu sabor, como explica Deise: “Foi observado que os espumantes, por exemplo, perdem o perlage (bolhas de gás) rapidamente. Pensou-se, então, numa boca mais fina que pudesse ajudar a manter essa característica fundamental do espumante. Da mesma forma, um vinho de Borgonha precisa de espaço em baixo para se manter arejado e uma boca mais larga para preservar o sabor”, descreve.
Com relação às opções de cores e estilos, observa-se uma releitura das peças antigas nos modelos atuais. “Existe uma procura grande pela linha dos coloridos, especialmente os que têm bordas douradas ou prateadas. Entretanto, há muita gente que opta por algo mais neutro. Nesse caso, procuram por peças transparentes, mas com a lapidação do cristal, o que não compromete a combinação dos copos utilizados na mesa, além de deixá-la muito elegante”, é o que aponta a consultora da loja Villa Mercato, Adriana Uchoa. Ela ressalta que a linha em cristal preto mesclado ao transparente também tem feito muito sucesso. Mas os modelos clássicos, como os cristais de Strauss continuam tendo o seu público fiel.
A dica da sommelier Deise é escolher copos transparentes para as bebidas alcoólicas. “As taças coloridas são próprias para decoração. Para quem quer apreciar a bebida, as transparentes são melhores porque possibilitam ver a cor”, afirma. Uma boa opção para deixar a mesa mais alegre e bem decorada é lançar mão de copos coloridos para a água, já que esta é incolor e insípida e, portanto, não faz diferença em que recipiente é servida.
Ao contrário do que se fazia há algum tempo, atualmente, há uma busca pela mistura de diferentes tipos de taças e copos na mesa. Adriana explica que a proposta é mesclar os diversos formatos em uma mesma composição. “Não temos mais usado copos iguais em uma única mesa. Se usarmos, por exemplo, copo de cristal transparente para água, optaremos pelo cristal lapidado em vermelho e branco para o vinho ou o licor. Se tivermos uma terceira bebida à mesa, teremos três copos de linhas diferentes”, diz.
O charme do cristal
O cristal é a escolha mais clássica que se tem em copos e taças. O tamanho de uma recepção é determinado, entre outras coisas, pelo tipo de material nos quais as bebidas são servidas. Pode-se servir em copos de acrílico, meio-cristal, cristal 100% ou ainda em vidros. Adriana Uchoa explica que hoje existem muitas opções de vidro que podem se adaptar a qualquer tipo de líquido.
Na hora de servir os copos na mesa, algumas dicas ajudam na organização. Coloque sempre as taças de fora para dentro seguindo a seqüência em que as bebidas serão servidas. Lembre-se de que a última taça, a da direita, é exclusiva para água. Essa taça jamais deverá ser retirada da mesa, pois ela acompanhará toda a refeição.
Depois dos cuidados tomados, chegou a hora mais esperada: apreciar a bebida. Se a degustação for técnica, Deise Novakoski orienta que “é necessário manter a taça o mais distante possível para não haver interferência do cheiro da mão. Além disso, perfumes e maquiagens não devem ser usados porque também interferem”. Cada bebida tem uma forma de degustação apropriada; procure conhecê-la, se o seu desejo for degustá-la tecnicamente.
Entretanto, se for beber entre amigos, seja espontâneo e aprecie com prazer. Não se preocupe tanto com as gafes. Segurar ou não nas hastes das taças dependerá do tipo de bebida que estiver consumindo. Se for algo gelado, evite segurar no bojo para conservar a temperatura. No entanto, se for alguma coisa quente (conhaque, por exemplo), é preciso segurá-lo firme com as mãos.
O mais importante nesse momento é aproveitá-lo ao máximo. Saborear cada bebida e perceber suas diferenças e semelhanças. Para isso, escolha a taça certa e… tim-tim!