chip da beleza

Carolina Ferraz recebeu “chip da beleza” ao buscar reposição hormonal: são a mesma coisa?

O “chip da beleza” pode ser oferecido erroneamente a mulheres na menopausa – e os efeitos, como os que Carolina afirma ter vivido, não são os melhores

Ao entrar na menopausa, a atriz Carolina Ferraz foi em busca da reposição hormonal, tratamento que visa amenizar os sintomas dessa etapa da vida. O que ela recebeu, no entanto, foi o chamado “chip da beleza”, algo proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que, apesar de ser muito oferecido dessa forma, não é o mesmo que reposição hormonal.

Carolina Ferraz diz que usou “chip da beleza” na menopausa

(Crédito: Reprodução/YouTube MenoTalks)

Em entrevista ao “MenoTalks”, a atriz Carolina Ferraz afirmou que sua primeira experiência com medicamentos para menopausa não foi das melhores. Segundo ela, ao buscar a reposição hormonal, ela recebeu um implante conhecido como “chip da beleza”, e não apreciou os efeitos colaterais.

“Acho que a pessoa que colocou em mim deu uma exagerada. Colocou aquele ‘chip da beleza’ e me entupiu de testosterona”, disse ela, explicando que ficou com a libido alterada. “Eu entrava no Uber e falava: ‘Hmm, bonitinho’. Falei: ‘isso não está legal. Não sou eu, não está bom esse negócio para mim’”, declarou, explicando que desistiu de buscar a reposição por muito tempo.

“Fiquei meio traumatizada e perdi a janela de fazer reposição no momento certo para não ter perda óssea, perda de massa magra. Estou, agora, retomando a reposição. Tive uma experiência muito infeliz”, declarou a atriz.

“Chip da beleza” e reposição hormonal são a mesma coisa?

(Crédito: Reproductive Health Supplies Coalition/Unsplah)

Proibido pela Anvisa desde outubro de 2024, o tal “chip da beleza”, amplamente utilizado anteriormente por mulheres que queriam perder peso ou melhorar o desempenho nos exercícios, não é o mesmo que reposição hormonal para menopausa. Ele não pode substitui-la e, além disso, ainda pode fazer mal.

O “chip da beleza” é um implante subcutâneo que, em boa parte das vezes, contem gestrinona. Esse hormônio sintético é um derivado da progesterona, mas com ação androgênica e anabólica. Ele simula, por exemplo, os efeitos da testosterona, gerando aumento de massa muscular, redução de gordura corporal e aumento da libido.

Esse hormônio tende, por outro lado, a interromper o ciclo menstrual, reduzir a ovulação e provocar efeitos “masculinizantes”. É comum que mulheres que fazem uso desse hormônio no “chip da beleza” fiquem com a voz mais grossa, tenham acne, vejam a oleosidade da pele aumentar, percam cabelo e notem um aumento no tamanho do clitóris.

Em alguns casos, o “chip da beleza” também contém testosterona, estradiol, progesterona, oxandrolona, metformina e até ocitocina. Em geral, ele é manipulado de forma a “atender” melhor as necessidades da paciente, algo que gera produtos sem padronização ou bula.

Como é a terapia hormonal

(Crédito: freepik/freepik)

Enquanto isso, a terapia de reposição hormonal (TRH) adequada e regulamentada usa estrogênios e progestágenos em doses controladas, amparadas por evidências científicas confiáveis. Por vezes, também se utiliza testosterona em casos selecionados e doses baixíssimas, em geral quando há queixas sobre falta de libido.

A ideia da TRH é evitar efeitos prejudiciais da menopausa, como perda óssea e muscular, bem como amenizar os sintomas. Sua administração é individualizada, mas segue controle rigoroso e deve ser acompanhada de perto por um médico endocrinologista.

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