Problema que fez famosa retirar o útero causava fluxo intenso a ponto de gerar anemia: o que é?

Elaine Mickely, esposa de Cesar Filho, foi diagnosticada após dores pélvicas, dores de cabeça e fluxo menstrual mais forte que o normal

Muitas mulheres sofrem com fluxo menstrual muito forte – e é preciso saber que isso pode indicar certos problemas de saúde. Foi o caso, por exemplo, de Elaine Mickely, esposa do apresentador Cesar Filho, que teve de fazer uma histerectomia (retirada do útero) após um diagnóstico que causava sangramentos intensos a ponto de levá-la a um quadro de anemia. Entenda abaixo:

Elaine Mickely tirou o útero por problema que alterava fluxo menstrual

fluxo menstrual, cólica
(Crédito: Reprodução/Instagram @elainemickely)

Em 2024, Elaine Mickely passou por uma cirurgia extensa. Ela retirou o útero, preservando os ovários, após descobrir que tinha vários miomas. Eles são crescimentos não cancerosos feitos de tecido do próprio corpo – e, por vezes, pode ocasionar quadros de saúde perigosos.

Segundo ela, a investigação partiu especialmente de queixas por fluxo menstrual muito forte. “Tinha um fluxo menstrual muito grande, e descobrimos que meu útero estava em um tamanho extremamente alterado, maior que o normal e com miomas”, disse ela, que também sentia dores pélvicas, dores de cabeça e desenvolveu anemia devido à perda intensa de sangue.

Mioma: o que é e por que causa fluxo menstrual forte?

(Crédito: atlascompany/Freepik)

Os miomas, também conhecidos como fibromas ou leiomiomas, são tumores benignos. Isso significa que eles não têm a capacidade infiltrativa que células malignas têm e, portanto, não são um câncer. Apesar disso, porém, eles podem causar quadros de saúde desagradáveis e até perigosos.

Esses crescimentos são feitos de tecido muscular e conjuntivo, e se formam na parede do útero. Eles podem variar em tamanho e localização, crescendo, por exemplo, dentro da parede muscular do útero ou até se projetando para fora da parede uterina. Tudo isso aumenta o volume do órgão e pode distorcê-lo.

Miomas tendem a afetar mulheres entre 30 e 50 anos, e histórico familiar desse problema aumenta as chances de uma pessoa desenvolvê-lo. Mulheres que nunca engravidaram ou que têm obesidade têm mais risco de ter essa condição de saúde.

Mioma e fluxo menstrual

Absorvente higiênico (Crédito: pikulkeaw_333/Pixabay)

Esses crescimentos no útero tendem a aumentá-lo. Isso significa que, quando um óvulo não é fecundado e chega o momento da parede uterina descamar, gerando a menstruação, há uma área maior de “revestimento” para descartar. Isso aumenta o fluxo menstrual, podendo levar a problemas como anemia por perda excessiva de sangue.

Sintomas de mioma

fluxo menstrual, cólica
Mulher com desconforto abdominal (Crédito: Sora Shimazaki/Pexels)

Os principais sintomas dessa condição de saúde incluem:

  • Fluxo menstrual intenso;
  • Menstruação prolongada;
  • Dor pélvica ou sensação de pressão;
  • Idas frequentes ao banheiro para urinar por pressão na bexiga;
  • Dor nas relações sexuais;
  • Aumento do volume abdominal.

Complicações do mioma

fluxo menstrual, cólica
(Crédito: ArtPhoto_studio/Freepik)

Além da anemia por perda substancial de sangue a cada ciclo menstrual, miomas também podem gerar:

  • Problemas na gravidez, como risco aumentado de perda gestacional e parto prematuro;
  • Infertilidade (a depender da localização e do tamanho dos miomas).

É preciso frisar que, na maior parte dos casos, miomas não representam risco à vida, mas podem impactar significativamente o bem-estar.

Tratamento para mioma

fluxo menstrual, cólica
(Crédito: Freepik)

Nem sempre é imprescindível tratar um mioma. Tudo depende da gravidade dos sintomas e da localização dessas massas no útero. Além disso, mulheres que querem preservar a fertilidade tendem a optar por formas mais conservadoras de tratamento.

Ao tratar miomas, médicos podem usar, por exemplo, moduladores hormonais para reduzir os níveis de certos hormônios e encolher as massas. Além disso, contraceptivos hormonais ajudam a controlar o sangramento, e anti-inflamaórios auxiliam no controle da dor.

Outra linha de tratamento não cirúrgica é a embolização das artérias uterinas, que bloqueia o fluxo sanguíneo responsável por “alimentar” os miomas. Assim, eles encolhem.

Por fim, existem as alternativas cirúrgicas. É possível realizar a histerectomia (retirada do útero), algo feito especialmente quando outros tratamentos falham. Há também a miomectomia, cirurgia que visa remover apenas as massas, preservando o útero e a fertilidade.

Saúde da mulher