Três anos após ser diagnosticada com um tumor cerebral, a apresentadora Gloria Maria descobriu outro câncer, desta vez no pulmão e com metástases no cérebro.
Isso, segundo especialistas, significa que células do câncer pulmonar “migraram” para o cérebro – algo diferente de um tumor cerebral e que pode acontecer em até 40% dos casos de câncer no pulmão.
Câncer de pulmão com metástase no cérebro: como acontece
O câncer com metástase, algo muito comum, se trata de um quadro em que células cancerígenas de um tumor primário (ou seja, a “fonte”) se espalham para outros órgãos – e, de acordo com a American Lung Association, o câncer pulmonar com metástase no cérebro é algo bastante comum.
Segundo a organização, as metástases ocorrem, em geral, conforme as células do tumor originário viajam pela corrente sanguínea até outro local do corpo. Apesar da possibilidade de a origem estar em outros órgãos, um dos que mais costumam estar envolvidos em metástases cerebrais é justamente o pulmão.
Conforme explica o neurocientista Fabiano de Abreu, membro da Society for Neuroscience, nos Estados Unidos, as metástases cerebrais são diferentes do câncer que se origina no cérebro devido ao tipo de células que formam o tumor. As chances disso acontecer, tanto segundo a instituição quanto segundo o especialista, variam entre 25% e 40%.
As chances, inclusive, são diferentes de acordo com o tipo do câncer pulmonar, e as metástases podem aparecer de formas diversas. Além da possibilidade de se formar em um tumor, ela também podem surgir na forma de vários focos ou até de uma doença específica chamada doença leptomeníngea, que afeta não o cérebro em si, mas o fluido em torno dele.
Sintomas
Em geral, conforme explica o neurocirurgião Bruno Burjali especialista no tratamento de doenças na cabeça, nervos e coluna vertebral, metástases ou tumores cerebrais podem apresentar uma série de sintomas.
Devido à pressão que a lesão causa no cérebro, pacientes podem apresentar dores de cabeça, crises epiléticas, perda de força nos membros, déficit neurológico, perda de visão, alterações no comportamento e desmaios.
Tratamento e prognóstico
Segundo o neurocirurgião, a melhora ou a evolução do quadro varia de acordo com uma série de fatores, como qual é o tumor primário do paciente, a idade dele e o estadiamento da doença.
Em alguns casos, o quadro não pode ser revertido e tratamentos paliativos são os indicados. Em outros, pode haver a chance de se realizar uma cirurgia para retirada do tumor, bem como o uso de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia visando diminuir as chances de crescimento ou formação do câncer. O tratamento para câncer cerebral, porém, é bastante individualizado para cada caso.
