Perfume para “mascarar” cheiro natural pode afetar a saúde íntima: como se deve usar?

por | ago 8, 2022 | Saúde e bem-estar

Dentre os produtos específicos à venda para cuidados femininos, está o perfume íntimo. Ele promete deixar a região “cheirosa” por horas – com odores que vão dos doces aos mais amadeirados – levando em consideração a questão higiênica.

O hábito de “mascarar” o cheiro natural da vagina já é comum na Europa e Estados Unidos, mas chegou ao Brasil recentemente. Contudo, por mais que tais perfumes disponíveis sejam autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é preciso cautela para que o uso não seja prejudicial.

Perfume íntimo faz mal?

A ginecologista Carolina Curci, que atende em São Paulo, alerta que o pH ideal para a vagina está entre 4 e 6, já que naturalmente ela deve ser ácida, e que os perfumes tendem a deixá-lo fora de ordem.

As secreções diárias são normais e servem para protegê-la, com o pH em dia, que controla a entrada e proliferação de bactérias.

“O mau cheiro só aparece se ele estiver desequilibrado, então é preciso ter cuidado ao pensar que passar perfume gera um cheiro agradável e, na verdade, ter a reação oposta em longo prazo. O mesmo vale para sabonetes e talco“, explica a profissional.

Segundo Carolina, é preciso repensar na ideia de cheiros artificiais para uma área tão sensível do corpo, que tem o próprio odor e é autolimpante. “Não se passa nada em vaginas saudáveis, que estão sem nenhuma infecção, limpas e secas”, pontua.

Em última instância, é possível usar o perfume íntimo apenas na parte externa, chamada de vulva. Dessa forma, não há a alteração da flora vaginal nem grandes chances de uma vaginose, que é uma infecção causada pelo excesso de microrganismos prejudiciais.

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