Como funciona a nova vacina contra o melanoma, tipo de câncer de pele mais letal?

Uma vacina em desenvolvimento contra o melanoma, o tipo de câncer de pele que mais mata no mundo, recebeu o status de “terapia inovadora” da agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA).

Desenvolvido pelas empresas Moderna e MSD, o método usa a mesma tecnologia dos imunizantes de RNA mensageiro que foram popularizados durante a pandemia da Covid-19. Entenda!

Vacina contra o câncer de pele do tipo melanona

Melanoma é o câncer de pele que mais mata
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A Food and Drug Administration (FDA) deu a uma vacina terapêutica para o câncer de pele do tipo melanoma o status de “terapia inovadora” – selo que reconhece o potencial da tecnologia e é concedido para acelerar a avaliação de terapias consideradas promissoras.

“A designação de terapia inovadora é um processo projetado para acelerar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos destinados a tratar uma condição grave e que as evidências clínicas preliminares indiquem que o medicamento pode demonstrar uma melhora substancial em relação à terapia disponível”, aponta a página da agência sobre o título.

Criada pelas empresas Moderna e MSD, a terapia em questão usa a mesma tecnologia dos imunizantes de mRNA (RNA mensageiro), que se tornaram populares durante a pandemia da Covid-19, e deve ser usada de forma associada ao uso do medicamento Keytruda.

Entenda como funciona a vacina contra o melanoma
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Desta forma, a ação da vacina é preparar o sistema imunológico de forma que o paciente possa gerar uma resposta antitumoral personalizada específica para sua mutação cancerígena, enquanto a imunoterapia do Keytruda atua aumentando a capacidade do sistema imune para ajudar a detectar e combater as células tumorais.

Vale lembrar que, em dezembro de 2022, as companhias já haviam anunciado que a nova vacina, junto ao anticorpo monoclonal Keytruda – combinação que é considerada, hoje, um dos tratamentos mais eficazes para o melanoma – proporcionou uma redução de 44% nas mortes e recorrências do tumor em comparação com casos de pacientes que receberam apenas o medicamento.

“Os resultados de hoje são altamente encorajadores para o campo do tratamento do câncer. O mRNA foi transformador para a Covid-19 [nas vacinas da Pfizer e Moderna] e agora, pela primeira vez, demonstramos o potencial do mRNA para ter um impacto nos resultados em um ensaio clínico randomizado em melanoma”, disse a CEO da Moderna, Stéphane Bancel, em um comunicado na ocasião.

Agora, a vacina está sendo estudada em pacientes com melanoma de alto risco após ressecção completa, ou seja, após a remoção total do tumor.

Ainda não há, contudo, uma previsão de quanto a terapia estará disponível para a população em geral – fator que depende dos resultados da última fase de testes, assim como da liberação da FDA.

Quanto ao Brasil, os dados ainda deverão ser analisados por outras agências após a aprovação da Food and Drug Administration, como a Anvisa, por exemplo.

Vacina para melanoma é considerada “terapia inovadora” pela FDA
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