Alteração nos olhos do bebê pode ser sinal de doença

Ana Flora Toledo

Do Bolsa de Bebê

Depois do nascimento do bebê, a mãe passa por uma fase de conhecimento da criança. E a atenção nesse período deve ser constante, inclusive com os olhos do pequeno. Isso porque existem algumas alterações que podem ser sinal de doenças.

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“A partir dos primeiros meses, de acordo com o comportamento do bebê, já é possível suspeitar de alguma anormalidade visual, que pode ser de causa ocular ou outras, que podem vir secundariamente a comprometer a visão”, explica a oftalmologista da Cerpo Dra. Carla Romão.

É preciso ficar atenta a uma mancha branca dentro da pupila, um olhinho torto, uma pálpebra mais caída que a outra ou ambas muito caídas. “Um dos principais indícios é o bebê não seguir estímulos luminosos, por exemplo. Quando o comportamento é indiferente à apresentação de um foco de luz, a investigação deve ser imediata”, alerta a especialista.

Os bebês podem apresentar as mesmas doenças de um adulto. As mais comuns são obstrução de vias lacrimais, conjuntivites, estrabismo, catarata congênita ou ptoses palpebrais (pálpebras caídas). Por isso, ao perceber qualquer anormalidade, é preciso adiantar a consulta com um oftalmo – indicada para acontecer pela primeira vez por volta de um ano de idade – e relatar ao médico o problema para evitar que evolua sem ser tratado. “Nem todos os problemas têm cura, mas a detecção precoce é importante para que se trate e se estimule a visão o mais rápido possível, pois os resultados são melhores”.

Procedimento comum

Assim que o bebê sai da barriga da mãe, é rotina que o obstetra aplique nos olhos da criança uma gotinha de colírio. “É o nitrato de prata a 1%, que serve para prevenir a conjuntivite gonocócica, que pode ser transmitida da mãe para o bebê no canal de parto, caso a mãe seja infectada”, conta Dra. Carla.

Contudo, os outros problemas listados antes não estão afastados, por isso é preciso atenção para as alterações indicadas pela médica. A especialista tranquiliza quanto a um efeito recorrente: o choro sem lágrimas.

“Não há com o que se preocupar. As estruturas oculares estão em amadurecimento, e como o bebê de pouquinhos meses passa a maior parte do dia dormindo o olho ficará lubrificado. Com o passar dos meses a situação fica normalizada”, finaliza.