Por ser algo completamente novo tanto para o recém-nascido quanto para quem é mãe pela primeira vez, o aleitamento materno nos primeiros dias de vida da criança é um processo bastante delicado, mas de suma importância para a saúde e o desenvolvimento do bebê.
Receber a orientação correta logo após o nascimento da criança pode fazer toda diferença para o sucesso da amamentação. No entanto, muitos bebês são desmamados precocemente por causa de certos mitos que são propagados até mesmo por alguns profissionais de saúde. Um deles é regular o tempo das mamadas.
Duração das mamadas
Em suas diretrizes para o aleitamento materno, a Organização Mundial de Saúde (OMS) é bem clara ao recomendar a amamentação em livre demanda como a única forma de amamentação da criança até os seis meses de idade.
O termo “livre demanda” também aparece nas orientações oficiais do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Amamentar em livre demanda significa fornecer o leite materno sempre que a criança pedir, e até que ela fique satisfeita. Sem nenhum tipo de horário pré-definido, muito menos limite de tempo para a duração das mamadas.
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Importância da livre demanda
Além do mais importante, que é matar a fome do bebê, o aleitamento em livre demanda traz muitas outras vantagens para o sucesso da amamentação. Ao contrário do que possa parecer, quanto mais o bebê mama, menos a mãe vai sofrer com dores e complicações nos mamilos. Por isso, a mãe deve oferecer o peito na hora em que o filho pedir, sem se importar com o lugar ou a ocasião.
A produção de leite se adapta às necessidades do bebê. Quando a criança espera muito para se alimentar ou mama menos do que deveria, o fluxo interrompido pode levar ao ingurgitamento, mais conhecido como “leite empedrado”, podendo evoluir para uma mastite, que é a inflamação do tecido mamário.
Relógio só vale para fórmulas
A pediatra Kelly Marques Oliveira esclarece em seu site “Pediatria Descomplicada” que a regra de mamar a cada três horas se aplica apenas aos bebês alimentados por fórmulas artificiais.
Por um equívoco de generalização, esta regra vem sendo seguida também por mães que amamentam, o que dá a impressão de que a criança não se satisfaz, além de causar desconforto à mãe e levar ao desmame precoce.