Briga com filhos: psicóloga ensina como transformar conflito em aprendizado para a criança

As crianças são reflexo daquilo que vivem dentro de casa. Por isso, a forma como os pais e todo o núcleo familiar lida com as questões da rotina impactam na forma como aquele indivíduo vai se formar. A compreensão, o respeito, o arrependimento e o perdão são valores que devem ser, desde sempre, transmitidos aos pequenos. De acordo com a psicóloga infantil Raquel Benazzi, do Núcleo Terapêutico Corujas, uma das formas mais eficientes de fazer isso é nos momentos de estresse, descontrole e briga.

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Estresse, briga e descontrole em casa

Embora não sejam positivos, na prática eles se tornam inevitáveis. Mas, de acordo com a especialista, há sempre um jeito de tornar este momento menos impactante e em uma forma de aprendizado.

A educação de um filho envolve uma série de dificuldades e a rotina, o acúmulo de tarefas, os percalços financeiros e os questionamentos internos certamente refletem sobre ele. É normal. Assim como é normal em determinados momentos perder o controle e explodir.

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O que a psicóloga explica, no entanto, é que, depois do descontrole, precisa haver a análise racional e amorosa da situação. “Se chegou o momento em que a mãe ou o pai perdeu a cabeça, depois de alguns minutos, quando a situação estiver mais tranquila, eles devem respirar e analisar tudo com outros olhos” explica.

Entre os pontos a serem pensados estão a verdadeira causa do descontrole (ele foi causado mesmo pelos filhos ou ele foi só o estopim para um acúmulo de sensações ruins?), a melhor solução para a situação (gritar e agredir é uma saída eficiente? Trará bons resultados ou não?) e a atitude a ser tomada posteriormente (como eu posso ensinar os verdadeiros valores para meu filho sem que ele deixe de me enxergar como símbolo de autoridade?).

Embora pareça óbvio, o exercício é difícil e, quando realizado, apresenta êxitos. “É muito importante conversar, mesmo que seja depois da explosão. É nesse momento que essa mãe ou esse pai vai demonstrar o que é a compreensão, o arrependimento, a responsabilidade pelos atos e a confiança”, finaliza.