A cirurgia de Ary Mirelle foi necessária por uma condição que aumenta o risco de perda gestacional tardia e parto prematuro
Grávida pela 2ª vez, Ary Mirelle precisou fazer uma cirurgia delicada durante a gestação de Joaquim. O procedimento foi o mesmo realizado por ela anteriormente na primeira gestação, enquanto esperava o 1º filho, Jorge – e tudo aconteceu devido a um problema de saúde que afeta uma a cada 100 mulheres grávidas. Entenda abaixo:
Ary Mirelle repete cirurgia da 1ª gestação na 2ª

Usando o Instagram, Ary Mirelle, esposa de João Gomes, afirmou ter feito um procedimento cirúrgico durante a 2ª gravidez. Ela atualmente espera Joaquim, irmão caçula de Jorge – cuja gravidez também foi marcada pelo mesmo procedimento, o de cerclagem uterina.
Nas duas situações, a operação correu bem. Em nota enviada à imprensa, Ary tranquilizou o público e atualizou o estado de saúde do filho. “Correu tudo bem. Agora é seguir me cuidando, respeitando o tempo do meu corpo e fazendo tudo direitinho para que a gestação continue tranquila”, disse ela em uma nota que assegura o bem-estar dela e do bebê. “Tanto ela quanto o bebê estão bem e seguem sob acompanhamento médico”, diz o comunicado.
Por que Ary Mirelle operou na gravidez?

O colo do útero se mantém fechado, abrigando o bebê, durante toda a gestação. Durante o trabalho de parto, porém, ele se dilata permitindo o nascimento da criança. O procedimento de cerclagem uterina feito por Ary Mirelle serve para “segurar” o colo do útero fechado durante a gravidez, algo necessário em casos de uma condição chamada insufiência cervical ou incompetência istmo-cervical.
Essa condição é diagnosticada quando o colo do útero demonstra não ter capacidade de se manter na posição necessária durante a gestação. Quadros assim, quando não tratados, podem levar a abortos espontâneos tardios e partos prematuros. Por conta dela, Ary Mirelle terá de fazer esse procedimento cirúrgico sempre que engravidar.
Causas da insuficiência cervical

Essa condição de saúde que afeta gestantes tem como possíveis causas:
- Traumas anteriores no útero, como cirurgias e procedimentos de curetagem;
- Fatores congênitos (colo do útero naturalmente mais fraco);
- Histórico de parto prematuro ou perda gestacional tardia;
- Alterações hormonais e genéticas;
- Exposição ao medicamento dietilestilbestrol (DES), usado até os anos 1970 em mulheres grávidas e com potencial para causar malformações no útero dos fetos que carregavam.
Sintomas de insuficiência cervical na gravidez

A não ser que a mulher esteja grávida e a dilatação do colo do útero comece, essa condição tende a não dar sinais. Quando os sintomas aparecem, podem incluir:
- Sensação de pressão na pelve;
- Sangramentos leves;
- Desconforto abdominal;
- Corrimento vaginal em quantidade aumentada.
Um quadro assim deve ser comunicado prontamente ao profissional responsável por acompanhar a gestação. Isso porque, como se trata de sintomas comuns, ignorá-los pode fazer com que a condição seja descoberta apenas após uma perda gestacional ou parto prematuro.
Como é a cirurgia de Ary Mirelle

A cerclagem uterina é um procedimento no qual o colo do útero é suturado – ou seja, recebe pontos que evitam a dilatação prematura dele. Isso permite que a gestação dure o tempo necessário, reduzindo as chances de o bebê nascer prematuramente. Ela pode ser feita de forma preventiva, entre a 12ª e a 16ª semana da gravidez, ou emergencial após a detecção da incompetência cervical.
O procedimento pode ser realizado por via transvaginal, com um fio cirúrgico colocado ao redor do colo do útero sem necessidade de cortes. Ainda que esse método seja o mais comum, alguns casos pedem a cerclagem transabdominal, feita a partir de uma incisão no abdômen. Geralmente, os dois métodos envolvem anestesia local ou peridural.