Como cuidar do bebê prematuro em casa: imunidade, temperatura, engasgos e mais

Quando o bebê nasce antes de passar 37 semanas de gestação, ele é considerado um bebê prematuro. Caso ele nasça muito antes de completar esse tempo dentro do útero, ele provavelmente precisará de alguns cuidados a mais quando chegar a hora de ir para casa. Conhecê-los é um gesto de amor e carinho de toda a família com o recém-nascido. Veja a seguir quais são.

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Como cuidar do prematuro em casa 

Sono 

O bebê prematuro tende a ser mais sonolento que o bebê nascido a termo, por isso, às vezes pode ser necessário acordá-lo para mamar. Também é indicado evitar qualquer estímulo durante o período da noite e aumentar a interação durante o dia, o que diminui as chances de que ele troque os períodos do dia.

Mamadas 

O bebê prematuro pode não ter a força e o reflexo necessários para mamar direto do peito da mãe ao nascer. Em alguns casos, poderá ser preciso alimentá-lo através de uma pequena sonda, ainda no hospital, mas, com o tempo, ele passa a desenvolver as habilidades necessárias para a amamentação.

A mãe deve realizar a ordenha não apenas para que seu leite alimente o bebê, mas também para que a produção do alimento não seja interrompida. Medidas como acolher o bebê no colo em posição de amamentação e roçar o mamilo em seus lábios ajudam a estimulá-lo a começar a mamar.

Engasgos e vômito 

Por ter sistemas respiratório e digestivo mais imaturos, é esperado que o prematuro engasgue mais e regurgite mais. Alguns cuidados evitam problemas: mantenha o bebê em posição mais verticalizada após a mamada – caso ele vomite, o vômito será totalmente expelido -, e coloque ele para dormir com a barriga para cima, posição que, segundo instituições médicas, reduz drasticamente as chances de morte súbita.

Temperatura 

O prematuro perde calor com mais facilidade do que os outros bebês por conta do desenvolvimento neurológico e do peso mais baixo. Quando recebem alta e estão prontos para ir para casa, em geral, a regulação da temperatura corporal já está mais eficiente. Mesmo assim, é importante ficar de olho no termômetro: caso a temperatura fique abaixo dos 35oC, o bebê está hipotérmico.

Contato com a família

Quando o bebê precisa ficar na incubadora, internado na UTI neonatal, o contato direto entre os pais – principalmente a mãe – e o bebê é menor. Uma técnica chamada método canguru, que costuma ser feita em hospitais e deve continuar sendo feita em casa, tem como objetivo diminuir essa distância.

O método consiste em colocar o bebê no colo da mãe ou de outro familiar de modo que haja contato direto entre os corpos e as peles. Estudos mostram que esse posicionamento é capaz de acalmar o bebê e ajudar a estabilizar alterações hemodinâmicas, como pressão arterial e frequência cardíaca.

Também é comum que a família que leva o bebê nascido prematuro para casa fique inicialmente um pouco insegura com a fragilidade da criança. Para amenizar essa situação, pode ser interessante pedir orientações para a equipe de saúde que cuida do bebê no hospital e começar a participar das rotinas de cuidado do recém-nascido ainda durante a internação.

Também é importante que a mãe saiba que o vínculo com seu bebê se fortalecerá a cada dia e que tarefas diárias, como dar banho, trocar fraldas, dar carinho, amamentar e até conversar com o bebê, são importantíssimas e a ajudarão a se sentir mais segura.

Imunidade 

O pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que o sistrema imunológico de um bebê prematuro é ainda mais frágil que o do bebê a termo e, por isso, alguns cuidados devem ser redobrados.

É fundamental não fumar perto do bebê ou mesmo em locais que ele frequenta, evitar o contato do pequeno com pessoas doentes, pedir sempre para que as visitas lavem as mãos antes de tocá-lo e planejar para que as visitas não aconteçam todas na mesma hora, evitando aglomerações e contato com muitas pessoas em um mesmo momento.

Também é importantíssimo que o bebê receba todas as vacinas do calendário. Vale lembrar que o prematuro deve receber algumas vacinas a mais que os outros bebês, como a profilaxia do Vírus Sincicial Respiratório (VSR).