Todo mundo acompanhou o drama da cantora Claudia Leitte, com a doença de seu filho, David. O diagnóstico? Meningite. Um outro caso, dessa vez sem final feliz, está em destaque na mídia: a morte da menina Joanna Marcenal, 5 anos, que, segundo laudo do IML, foi vítima de meningite viral. Os pais de Joanna brigavam na Justiça pela sua guarda desde 2004 e, este ano, o pai conseguiu a tutela da menina, alegando alienação parental. Joanna teve seu estado agravado, provavelmente, pelo estresse que estava vivendo. Soma-se a isso o atendimento feito por um falso médico, realizado num hospital particular do Rio de Janeiro. No entanto, fica o alerta para a importância de prevenir e detectar precocemente essa perigosa doença.
Os tipos
A meningite é uma inflamação das membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal que pode matar. A doença é transmitida por vírus ou bactérias. As formas virais são mais brandas e, apesar de não haver vacinação, este tipo de meningite geralmente não mata e não deixa sequelas. Já as meningites bacterianas – causadas pelos meningococos, pneumococos ou hemófilos – se não tratadas, podem ter efeitos irreversíveis.
O sucesso do tratamento está relacionado à precocidade do diagnóstico
Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações e pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, explica que os pacientes com meningites bacterianas precisam de tratamento com antibiótico específico, feito em unidade de terapia intensiva.De acordo com as estatísticas, cerca de 40% dos infectados morrem e 30% ficam com sequelas. “Uma infecção em uma região tão nobre a torna mais grave. Afinal, qualquer inflamação no sistema nervoso pode chegar ao cérebro”, observa o doutor Kfouri.
Sintomas
Alguns sintomas da meningite podem ser confundidos com os de outras patologias. Febre, o abatimento ou a falta de apetite não são efeitos específicos da doença. Os portadores da patologia sentem dor de cabeça, irritabilidade, vômitos violentos e convulsões.
Um sinal característico da meningite é a rigidez da nuca, um sinal de irritação meníngea. O exame é simples: o paciente deve conseguir encostar o queixo no peito.
Em caso de suspeita
Corra para o hospital, onde será feita uma investigação mais detalhada. Para confirmar, será feita a coleta do líquor, um fluido do cérebro, entre o crânio e o córtex cerebral, que age como um amortecedor para o córtex e a medula espinhal. É lá que ficam os vírus ou bactérias da meningite.
Segundo o doutor Renato Kfouri, é imprescindível que a doença seja detectada o quanto antes. No caso da meningite transmitida pelo meningococo, o paciente pode morrer em 48 horas. “O sucesso do tratamento está relacionado à precocidade do diagnóstico”, alerta. Entre as sequelas deixadas pela meningite, as mais comuns são surdez, deficiências motoras e visuais, retardo mental e amputações (necroses nas extremidades).





