Depressão infantil: Descobrindo as causas

A depressão é um distúrbio psicológico que pode ter inúmeras causas. “Nunca é uma causa única. A depressão é um conjunto de fatores e tudo pode desencadeá-la. Mesmo fatos que para os pais possam parecer insignificantes”, explica Ana. “Ela pode ser decorrente de uma ausência dos pais que não possuem mais tanto tempo para seus filhos ou dos computadores e da televisão que dominaram a vida da criança. Pode ainda ser a concorrência nos estudos que aumentou ou resultado de pessoas que se mostram cada vez mais impacientes”, justifica Nancy. E Maria Cristina acrescenta: “O mundo moderno exerce grandes tensões sobre o modo de viver das crianças, exigindo o que ainda não estão aptas a fazerem, afastando-as do convívio mais intenso de seus familiares, trazendo angústias, medos e inseguranças“. Já Divina aponta “as disputas familiares, as enfermidades crônicas de familiares e a instabilidade da convivência familiar” como características geradoras da depressão infantil.

Os pais não devem poupar a criança de situações de apuro achando que vão afastá-las da dor. A superproteção impede a criança de lidar com o conflito e a perda e sua vulnerabilidade à depressão se tornar ainda maior.

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Vergonha em excesso pode prejudicar o desenvolvimento

O problema pode, ainda, ser conseqüência de doenças. “Quadros infecciosos, acidentes, doenças e deficiências físicas podem gerar depressão”, revela Divina. Porém, muita atenção para não confundir as doenças. “Hipotiroidismo e anemia causam hipoatividade, apatia, dificuldade de aprendizado e alteração no desenvolvimento, que podem ser confundidas com depressão”, revela Maria Cristina. Por isso, uma pesquisa minuciosa dos sintomas feitas com auxílio de um especialista é fundamental.

Melhor prevenir que remediar

A depressão interfere em toda a vida social, psicológica e de aprendizado da criança. Por isso, sua prevenção e tratamento são de extrema importância. “Ela se isola, pode ficar agressiva e ter dificuldade de relacionamento com os colegas. Além de que sua auto-estima e auto-confiança são afetadas, podendo interferir de forma importante em sua personalidade”, confirma Maria Cristina.

A melhor forma de prevenir a doença é através do diálogo. “A criança precisa ter uma boa relação com a família de forma que ela possa verbalizar o que está sentindo. Dizer que está com medo, que tal colega a está ameaçando. Se ela tem esse canal, a chance de crescer fortalecida e feliz é muito maior”, sinaliza Ana. Mas além do amor, o equilíbrio emocional é resultado de algumas práticas. “Uma vida feliz passa pela harmonia entre os aspectos físicos, psicológicos e espirituais. Com a prática regular de exercícios físicos e mentais, caminhadas ao sol, uma alimentação balanceada e rotina para horário de sono é possível prevenir a depressão”, recomenda Divina. Buscar auxílio através de uma terapia é outra dica importante. E, somente em casos mais graves, o tratamento pode envolver a administração de remédios (antidepressivos).

Por fim, vale lembrar que estar presente, dar amor e atenção à criança é fundamental para afastar a depressão, mas o carinho não deve ser confundido com superproteção. “Os pais não devem poupar a criança de situações de apuro achando que vão afastá-las da dor. A superproteção impede a criança de lidar com o conflito e a perda e sua vulnerabilidade à depressão se tornar ainda maior”, finaliza Ana.