Logo depois que o bebê sai do ventre, a mãe sente um inchaço nas mamas e uma dor tão intensa que a primeira coisa que vem à cabeça é: o leite “empedrou”. Entretanto, na maioria das vezes, essa ardência pode ser considerada um sintoma normal que sinaliza a apojadura, ou a famosa descida do leite.
Apojadura: quando acontece?
A enfermeira pediátrica Maíra Domingues Bernardes Silva, do Banco de Leite Humano do IFF/Fiocruz, explica que a apojadura costuma acontecer durante os primeiros cinco dias após o parto.
Durante sua preparação para começar a produzir leite, as mamas ficam bem cheias, inchadas e até quentes, causando muita dor e desconforto na mãe.
O primeiro leite a sair depois da apojadura é o colostro, que é mais concentrado e rico em anticorpos essenciais para o recém-nascido. O leite propriamente dito só é produzido a partir do segundo dia.
Sintomas da apojadura: como amenizá-los
As maiores dificuldades enfrentadas pela mãe para amamentar o bebê acontecem nas primeiras 24 horas, período crítico em que ela vai precisar de todo o apoio dos profissionais de saúde ainda na maternidade.
A primeira recomendação é amamentar em livre demanda – quando mais leite o bebê sugar, mais rápida será a apojadura e mais cedo a dor vai passar. Caso as mamas esteja, cheias demais, é possível fazer uma massagem para aliviar.
Com a mão espalmada em movimentos circulares, iniciando ao redor do mamilo e depois em direção ao tórax, faça uma pequena ordenha da aréola para deixá-la bem macia e facilitar a pega do bebê, ensina a enfermeira pediátrica Maíra Domingues.
Pode ser mastite?
Por causar muita dor e deixar as mamas bastante inchadas, a apojadura costuma ser confundida com mastite, uma inflamação da mamas causada pelo entupimento dos ductos de leite, que geralmente é agravada pela pega errada do bebê.
Neste caso, os sintomas não vão desaparecer tão rápido quanto na apojadura; a dor será mais intensa, e o quadro vem acompanhado de febre e calafrios.
Mesmo assim, a mãe não deve parar de amamentar: um especialista pode indicar o tratamento adequado, que geralmente é feito com massagens e posicionamento correto das mamas.