“Foi a vida dizendo: ‘Para e escolhe o que é mais importante para você AGORA’. Eu escolhi cuidar de uma vida”. Foi assim que Eliana, que já é mãe de um menino, desabafou em suas redes sociais ao falar sobre a pausa na carreira para salvar a vida da filha, que está em sua barriga.
Na 21º semana de gestação, quando o feto tem o tamanhinho de uma cenoura, a apresentadora descobriu que estava com descolamento de placenta. Desde então, se ausentou do comando de seu programa aos domingos e passou por internações para manter a gestação o máximo de tempo possível.
Já na reta final da gestação, Eliana declarou estar evoluindo bem e já esperar por um parto mais feliz e tranquilo. “Vocês não imaginam como estamos vencendo um dia de cada vez”, escreveu em seu Instagram.
Gravidez de Eliana
Por que repouso salva o bebê?
Ao anunciar seu afastamento, Eliana falou da importância de dar atenção máxima à gestação. “Preciso salvar minha filha de um parto muito prematuro. Tive um descolamento da placenta. Sei que não depende só da minha vontade e do meu esforço, mas farei o impossível para trazer o meu fruto da melhor maneira que Deus permitir”, escreveu na ocasião.
E é realmente isso: a cada dia que passa, Eliana salva um pouquinho mais sua filha. “Este é o momento de valorizar cada semana de desenvolvimento da minha filha, de esperar com fé que tudo corra bem, de viver o tempo em seu tempo.Um aprendizado árduo, mas valioso. A vida é aprender”
Diagnósticos como o da apresentadora realmente pedem por cuidados redobrados. Isso porque a placenta é o órgão responsável por fornecer nutrientes e oxigênio ao bebê enquanto ele está sendo gestado. Ela fica fixada ao útero e só descola depois do parto.
A antecipação desse descolamento, no entanto, pode, em diferentes níveis, afetar a troca gasosa e a nutrição do bebê, podendo levar a um trabalho de parto prematuro, que apresenta uma série de riscos ao recém-nascido e, a depender da gravidade, até ao óbito fetal. Para a mãe, os riscos envolvem anemia aguda, hemorragia e até perda do útero.
Descolamento da placenta: como acontece?
De acordo com Dr. Paulo Noronha, ginecologista e obstetra de São Paulo, o problema pode se apresentar de duas maneiras. Quando o descolamento é agudo – grande parte do órgão se solta, o sangramento não cessa e a vitalidade do feto é alterada – é necessária a realização de uma cesariana de emergência.
É possível, no entanto, que o descolamento seja moderado e estagne. Chamado de “descolamento crônico”, neste caso as medidas visam a estabilidade do quadro para que o feto possa ficar o maior tempo possível dentro do útero da mãe se desenvolvendo.
Entre elas estão a indicação de repouso absoluto, diminuição do nível de estresse e o uso de medicações específicas para cessar as contrações e maturar o pulmão do bebê, a depender de cada caso.
Como Dr. Noronha explica, o objetivo de todas as medidas é fazer com que o feto continue com boa vitalidade o maior tempo possível dentro do útero. “Quanto maior o tempo de permanência dentro da barriga da mãe, maiores a chances de ganhar peso, dos órgãos ficarem mais maduros e prontos para enfrentar a vida aqui fora”, explica.
*Publicado em 5 de junho. Atualizado em 14 de agosto de 2017.
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