Bella Falconi, personal trainer e musa do instagram, compartilhou praticamente todos os detalhes da sua gravidez e pós-parto com seus seguidores nas redes sociais. Um segredo, no entanto, foi guardado até quase a pequena Vicky completar um aninho. Em recente entrevista à coluna Conselho de Mãe, da revista Crescer, a mãe revelou que passou por um período no puerpério chamado de baby blues. “Fiquei mal por três semanas e só chorava”, comentou.
A pequena Victória nasceu em 21 de agosto de 2015, depois de uma gravidez planejada e que correu de forma bastante saudável, recheada de exercícios específicos e dieta equilibrada.
Depois do nascimento, que aconteceu via parto normal, Bela compartilhou com seus seguidores vários momentos da pequena e, entre eles, relatou sua dificuldade pra amamentar. Mesmo depois de procurar ajuda, tanto de profissionais como de aparatos, a amamentação não pôde ser continuada.
De acordo com Bella, talvez esse tenha sido um dos motivos que desencadeou o que os psicólogos chamam de baby blues. “Nunca falei sobre esse assunto, mas vivenciei o baby blues. Fiquei mal por três semanas e só chorava. Eu olhava para minha filha tão pequena, tão frágil, e desaguava a chorar. É importante ter paciência com a gente mesma”, relatou.
O que é o baby blues?
Chamado também de tristeza materna, o período tem explicação nas bruscas alterações hormonais pelas quais uma mulher passa logo após o parto.
Embora aspectos fisiológicos sejam a maior causa da fase, o surgimento do papel de mãe, o medo do novo e a carga de responsabilidade que vem junto com o nascimento de um bebê são fatores psicológicos que contribuem para o aparecimento dos sintomas.
De acordo com Evanisa Brum, psicóloga doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de 70% a 90% das mulheres passam por essa fase depois do parto. “É um distúrbio transitório de humor que se exterioriza no decorrer dos primeiros dias após o parto”, explica.
Sintomas do baby blues
Entre os principais sinais é possível notar o choro fácil – assim como Bella relatou -, confusão mental, humor alterado, momentos de tristeza sem causa aparente, ansiedade, sensação de incapacidade e impotência, solidão, ciúmes e raiva.
“A mulher precisa de espaço para elaborar o luto no pós-parto. Ela perde a barriga, a condição de ser apenas filha, pois agora é mãe também, a atenção de todos, porque o bebê rouba a cena. O seu tempo não é mais seu, pois agora é dedicado ao recém-nascido, o casal dificilmente consegue ficar sozinho”, exemplifica Anna Mehoudar, psicanalista de família.
Quanto tempo dura?
Embora seja uma fase difícil para uma mulher, ela tende a passar naturalmente entre 10 a 30 dias após o parto, segundo as profissionais.
Mas, para isso, é importante que a família e todos os indivíduos que convivem com a mulher saibam que o momento não é de “frescura” ou “fraqueza” e forneçam a ela o suporte necessário, tanto dando acolhimento às suas angustias, como auxiliado nas tarefas com o bebê e com a casa para tornar a rotina menos sobrecarregada.
Baby blue ou depressão pós-parto: diferenças
Três semanas é o tempo médio que o corpo precisa para entender fisiológica e emocionalmente que aquela família agora possui um novo arranjo. Mas, entre 15% e 20% das mulheres que passaram pelo baby blues desenvolvem depressão pós-parto.
É por isso que, se depois desse período inicial os sintomas persistirem, os especialistas recomendam que a família procure uma avaliação e solicite a investigação de uma possível depressão. “A depressão pós-parto é bem mais grave do que esses sintomas iniciais e ela começa a se intensificar depois da quarta semana, geralmente. Ao invés de os sintomas irem sumindo, como acontece no baby blues, eles são aumentados e se intensificam”, alerta Mariana Bonsaver, psicóloga do grupo hospitalar Santa Joana.
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