“Fimose da menina” é problema bem comum entre bebês e pouco falado entre mães

Condição bastante frequente e pouco falada entre pais e mães, a sinéquia vaginal – também conhecida como fimose das meninas – consiste na aderência dos pequenos lábios da vagina. A junção dos dois tecidos cobre a abertura vaginal, no entanto não chega a tapar o clitóris e nem a uretra. O quadro costuma acontecer entre os três meses e seis anos de idade em bebês e crianças do sexo feminino.

“Fimose” das meninas

Causa

Ainda não se sabe ao certo qual é a causa do problema popularmente chamado de fimose feminina, no entanto, ela atualmente é associada à baixa concentração de hormônios femininos – comuns na infância – e à irritação da mucosa da vagina pelo contato com a urina ou fezes na fralda.

Sintomas da sinéquia

O quadro costuma ser assintomático e quase sempre detectado por uma observação de rotina durante uma consulta ou durante a higiene da criança, pelos próprios pais. A sinéquia, em raros casos, pode levar a quadros de infecções urinárias, irritação local, vulvovaginites ou perda de urina. Contudo, não tem qualquer implicação na vida futura das meninas, não afetando o desenvolvimento sexual ou a fertilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico da sinéquia dos pequenos lábios vaginais depende do relato dos pais da criança e do exame físico. Ao exame físico direto apresenta-se como uma membrana fina e semitransparente ou espessa e fibrosa entre os pequenos lábios, obstruindo a entrada da vagina.

Tratamento

O tratamento é simples, mas precisa que as orientações médicas sejam seguidas rigorosamente. Costumam ser indicados cremes à base do hormônio estrogênio, que ajudam a desprender os lábios vaginais. A pomada deve ser usada com supervisão médica, pois o hormônio pode se absorvido e, em doses ou períodos maiores do que os recomendados, pode gerar uma pseudopuberdade precoce.

Alguns médicos de chegam a desaconselhar qualquer tratamento ou a manter apenas um tratamento conservador, com a aplicação de cremes locais, uma vez que o problema habitualmente se resolve espontaneamente durante a puberdade. Se houver inflamação local da mucosa e/ou da pele da vulva, tem sido proposta a aplicação tópica de corticoides.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia, indicada com cautela e após avaliação ginecológica, é necessária apenas nos casos de aderências muito acentuadas. Na maioria dos casos a cirurgia não é indicada, pois o trauma cirúrgico pode criar uma nova sinéquia vaginal, cicatricial, mais grossa e fibrosa.

Prevenção

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Como forma de prevenir a sinéquia e, até mesmo evitar sua reincidência, deve-se manter uma boa higiene genital, com remoção de substâncias irritantes, evitar uso de roupas apertadas e utilizar roupas íntimas de algodão.

Saúde íntima