Marina Lopes
Do Bolsa de Bebê
A gagueira é um distúrbio da fala que começa nos primeiro anos de vida e faz com que a criança repita sons e sílabas involuntariamente em qualquer situação em que tenha que se comunicar. O nervosismo provocado pela dificuldade em formar palavras agrava ainda mais o quadro, podendo fazer com que a criança deixe de se expressar para evitar a vergonha e o constrangimento.
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Causas
Pediatra do Hospital Sírio Libanês em São Paulo, Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior afirma que a causa da gagueira muitas vezes não é específica, mas costuma ser desencadeada por situações de elevado nível de estresse para as crianças. Fatores genéticos, problemas no núcleo familiar e ansiedade também podem estar diretamente relacionados à gagueira.
“É bastante comum que a gagueira apareça em crianças canhotas que são forçadas pelos pais ou pela escola a usar a mão direita. Essa repressão gera uma grande insegurança, pois o indivíduo é obrigado a desenvolver uma habilidade que não é dele por questões fisiológicas”, esclarece o médico.
Sintomas
A gagueira é caracterizada pela repetição ou prolongamento das sílabas, bloqueio de sons e simplificação de frases. “É importante distinguir gagueira de repetição. Até os três anos as crianças repetem muito as palavras, o que é normal. A gagueira se caracteriza pela dificuldade em formar sílabas. A criança também não consegue começar as frases e quando o faz é de forma explosiva”, relata o pediatra.
No processo de alfabetização as dificuldades na fala ficam ainda mais evidentes. Ao sofrer algum tipo de pressão do interlocutor, o pequeno passa a se sentir intimidado, o que agrava a situação. Na idade escolar, a criança pode virar alvo de piadas entre os coleguinhas, comprometendo sua socialização. “A gagueira interfere muito nas relações sociais, mas pode ser tratada e curada”, defende o médico.
Tratamento
De acordo com o pediatra, a gagueira infantil dá seus primeiros sinais por volta dos dois ou três anos e o tratamento deve começar tão logo os sintomas apareçam. “Os pais devem procurar um fonoaudiólogo o mais breve possível, pois o tratamento precoce aumenta as chances de cura”, finaliza.
