Os distúrbios do sono são freqüentes nas crianças, causando muita ansiedade nelas e nos pais. Eles podem ser divididos em grupos: sonolência diurna, parassonias (pesadelos, dentre outros) e problemas para manter e iniciar o sono (insônia). Valorizar estes problemas é muito importante, já que, uma vez iniciados na infância tenra, poderão causar alterações emocionais e comportamentais severas nas crianças maiores e adolescentes.

A insônia é o distúrbio mais comum, e pode ocorrer em crianças saudáveis, ou ser sintoma secundário de muitas doenças orgânicas e emocionais. As crianças apresentam fases do sono que vão se modificando conforme seu crescimento. O bebê até um mês de vida dorme cerca de três a quatro horas continuamente. Não existe relação entre dia e noite. A partir daí ocorre a adaptação entre noite e dia, e os períodos de sono noturno vão se tornando maiores. As crianças passam a dormir menos de dia e mais à noite, mas somente até três a quatro anos devem apresentar sestas diurnas. Aos cinco anos, a criança deve dormir a noite inteira, num total de nove a dez horas de sono, podendo variar de criança para criança.

Mas as causas mais freqüentes estão relacionadas a alterações de ambiente, de comportamento ou psicológicas

A insônia pode ser intrínseca (mais rara) ou extrínseca, decorrente de estresses emocionais, mudanças bruscas de hábitos ou ambiente, excesso de comida ou líquidos à noite e, principalmente, falta de higiene adequada do sono. Certas doenças podem causar insônia, como otites, resfriados, refluxo gastro-esofágico, dentição, alergia ao leite de vaca, enfim, existem várias causas para o problema.

Mas as causas mais freqüentes estão relacionadas a alterações de ambiente, de comportamento ou psicológicas. Medo e ansiedade são comuns, lactentes separados da mãe, brigas entre pais ou parentes, filmes ou desenhos violentos, jornais, novelas, perdas de entes queridos, depressão e ansiedade nos adolescentes. Falta de limites e erros ao educar podem levar a criação de maus hábitos de dormir.

Os pais deverão procurar o médico, que fará uma investigação rigorosa para tentar definir o tipo e as causas do distúrbio para iniciar o tratamento adequado. Será necessário adesão dos pais e criação de hábitos e rotinas para o sono, que vão variar de acordo com o problema e a idade da criança.

O ideal é que se crie um ritual diário para o sono, com um ambiente de pouca luz e ruído. Outros hábitos também são importantes, como não ver TV no horário próximo ao de dormir, colocar pijamas, escovar dentes, ler história ou cantar bem baixinho, não tomar líquidos perto da hora de deitar… Enfim, fazer desse momento do dia um rito sem interrupções para ter sempre uma noite agradável.

Caso não funcione, você deve procurar um neurologista pediátrico ou o seu pediatra. Bons sonhos a todos!