A incompatibilidade genética significa que tanto ela quanto ele têm a mesma mutação genética – e, quando combinada, ela traz grandes chances de o bebê ter uma doença grave
Após já ter sofrido uma perda gestacional espontânea e feito algumas tentativas de fertilização in vitro (FIV) infrutíferas, a cantora Mariana Rios revelou ter uma incompatibilidade genética com o namorado, Juca Diniz. Esse cenário é raro – e diminui muito as chances do casal garantir uma gravidez e um bebê saudáveis. Entenda abaixo:
Mariana Rios revela incompatibilidade genética com o namorado

Em entrevista ao podcast “O Grande Surto”, Mariana Rios revelou ao público que ela e o namorado, João Luis Diniz, mais conhecido como Juca Diniz, têm incompatibilidade genética. A descoberta aconteceu em meio às diversas tentativas do casal em gerar uma criança por meio de uma FIV.
A cantora, que já está na quinta tentativa de fertilização, afirmou que o diagnóstico veio após um exame genético nos embriões já formados em laboratório a partir da coleta de óvulos dela e espermatozoides dele. Os dois são portadores do mesmo gene recessivo – e todos os embriões tiveram de ser descartados ao expressar a combinação entre esse gene, algo que eleva o risco de doenças genéticas na criança.
Ao revelar a condição, ela afirmou que as chances de gestar um bebê saudável nesse contexto são baixas. Ainda assim, a cantora mantém as esperanças em ter sucesso com outras possíveis levas de embriões. A esperança é que, em algum estágio da coleta de óvulos e espermatozoides e da fecundação em laboratório, algum deles não traga a expressão dos dois genes recessivos combinados.

Incompatibilidade genética: o que é?
Segundo informações do sistema de saúde acadêmico norte-americano Johns Hopkins Medicine, a incompatibilidade genética é a situação em que ambos os parceiros têm mutações no mesmo gene recessivo. Em geral, nenhum dos dois têm uma condição genética, apenas a expressão do gene – mas, como a fecundação combina os genes dos pais, há 25% de chances da criança ter uma doença genética grave.
Esse risco é identificado a partir de um teste genético feito no casal, que avalia se os parceiros compartilham mutações do mesmo gene. Em alguns casos, esse contexto pode impedir a fertilização mesmo entre indivíduos saudáveis, enquanto em outros ela dificulta a obtenção de embriões com menor risco de ter doenças genéticas.
Quando um casal descobre a incompatibilidade genética e recorre à FIV para uma gestação, os embriões também passam por exames. É o caso do teste genético pré-implantacional para doenças monogênicas (PGT-M), no qual e possível identificar embriões que não têm a doença genética causada pela combinação das mutações dos pais.

Chances de sucesso na FIV com incompatibilidade genética
Nesse contexto, há 25% de chances de um embrião herdar ambas as cópias dos genes mutado. Isso significa que, se implantado, esse embrião pode passar por um aborto espontâneo ou nascer com uma doença genética grave. Alguns dos exemplos são anemia falciforme, fibrose cística e atrofia muscular espinhal.
Há, no entanto, 25% de chances do embrião não herdar nenhuma das cópias. Nesse caso, ele não tem a doença e também não porta o gene mutado. Nos demais casos (50% de chance), o embrião pode ser portador de uma cópia mutada, mesma situação dos pais. Nesse contexto, a criança não terá a doença genética em questão.

As chances de obter um embrião saudável variam de acordo com uma série de fatores. Quanto maior for o número de embriões obtidos na FIV, maior é a chance de que um ou mais deles sejam saudáveis. Além disso, é preciso avaliar também a qualidade dos embriões para além da genética, já que há outras questões que ditam a compatibilidade deles com a vida.
Por fim, a idade materna também é uma questão. Mulheres já nascem com os óvulos que liberarão ao longo de toda a vida e, com o passar dos anos, esses óvulos também envelhecem. Óvulos mais velhos também tendem a ter qualidade mais baixa. Isso significa maiores chances de alterações cromossômicas no embrião que nada têm a ver com a incompatibilidade genética entre os pais.