Lavagem da cicatriz de cesárea revela causa incomum e séria da infecção de Mayra Cardi

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Vivendo o puerpério após o nascimento da filha, Sophia, fruto do casamento com Arthur Aguiar, a life coach Mayra Cardi enfrentou um quadro infeccioso em sua cicatriz da cesárea e usou as redes sociais para alertar outras mães do problema.

A situação não é tão comum e representa, sim, riscos sérios para a mulher – que pode chegar a desenvolver até mesmo uma infecção generalizada.

Complicações pós-cesárea

A princípio, a ex-BBB pensou que a má cicatrização ocorreu por falta de repouso adequado, mas, recentemente, ela usou os Stories do Instagram para contar que encontrou a causa do problema.

“Descobri o que estava infeccionando, que estava inflamando, abrindo meus pontos. Não era esforço físico. De um dos furos que abriu em minha cicatriz, saiu um pedaço de algo azul, parecia uma luva de borracha. Perguntei para minha obstetra o que era, e ela me disse: ‘Em sua antiga cesárea, 18 anos atrás, usaram uma linha que pode não ter sido absorvida pelo seu corpo. Acontece de algumas pessoas não absorverem'”, contou.

Em entrevista ao VIX, Maria Elisa Noriler, especialista em Ginecologia e Obstetrícia e responsável pelo setor de Ginecologia Endócrina InfantoPuberal e Climatério do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha, explicou que o fato ocorrido com Mayra é pouco comum, mas exige cuidados para que não evolua para um quadro muito mais sério.

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Pontos da cesárea

Há 18 anos, Mayra Cardi deu à luz o primeiro filho, Lucas, através de uma cesariana. Naquela época, os médicos usavam o fio de algodão para as suturas – que é mais barato e ainda usado em algumas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde). Ele é pouco absorvido pelo corpo humano.

Ao passar pela mesma cirurgia no nascimento de Sophia, a médica de Mayra Cardi encontrou resquícios de suturas da primeira cicatrização e conseguiu remover boa parte, mas não tudo, já que o corte recente era menor do que o anterior.

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Maria Elisa Noriler alerta que uma reação infecciosa pode acontecer tanto em mulheres que já passaram por cesárea, como Mayra, quanto em mulheres que estão em seu primeiro parto.

“Hoje usamos os fios monofilamentares, que são mais absorvidos pelo corpo, mas quando você mexe em uma segunda ou terceira cesárea, que pode ter utilizado ainda o fio antigo, o corpo pode entender aquele pedacinho de sutura como uma ameaça e tentar drenar para fora”, explica.

Alguns fatores também devem ser levados em consideração na hora de avaliar o quadro. “Precisamos entender que a mulher grávida e puérpera tem a imunidade mais baixa, por isso, os cuidados no pós-operatório devem ser seguidos à risca para evitar situações assim”, comenta.

Apesar de pequeno, o risco desse tipo de reação existe, por isso a importância de seguir os conselhos médicos ao chegar em casa para evitar que o quadro evolua até mesmo para uma infecção generalizada.

“Não tem como prever quando isso vai acontecer ou se pode acontecer ou não. Por isso é importante manter repouso, prestar atenção se tem vermelhidão ou secreção da cicatriz, procurar o médico. Se detectado no começo, a gente nem precisa ir para lavagem, podemos fazer um curativo e esperar cicatrizar novamente”, fala.

Lavagem da cicatriz

O procedimento conhecido como lavagem foi exatamente pelo qual Mayra passou. A médica explica que trata-se de uma incisão de soro fisiológico e antibióticos que tem como objetivo esterilizar a área e ajudar na cicatrização, entretanto, em algumas mulheres, é necessário o uso de antibióticos também em casa.

A obstetra explica também que, em alguns casos, a paciente deve ser sedada novamente para que o corte possa ser reaberto.

“Dependendo do processo infeccioso temos que reabrir a cicatriz, o que chamamos de debridamento, de uma maneira superficial para ver como está funcionando a drenagem desse corpo estranho e, em alguns casos, tentar remover ao máximo o que está causando a reação de expulsão”, fala.

A profissional ressalta que o puerpério é um momento muito delicado para a mulher, que precisa seguir exatamente o que o profissional aconselha. “Elas devem seguir o repouso e orientação dos horários da medicação, por conta da rotina que mudou totalmente, algumas mulheres não tomam o remédio na hora indicada, param de tomar as vitaminas e não pode”, fala.

Além da imunidade baixa comum nessa fase, quadros de anemia também favorecem mais a abertura da cicatriz e devem ser avaliados de perto pela equipe médica.

Cuidados no pós-parto