A alimentação dos filhos é sempre um tema muito debatido nas rodas de conversas familiares. Frases como “meu filho não gosta disso”, “o meu tem problema para comer”, “o meu come demais” são muito comuns.

De acordo com o pediatra espanhol Dr. Carlos Gonzalez, autor do livro “Meu Filho Não Come” e referência internacional quando o assunto é alimentação infantil, não se deve nunca obrigar os filhos a comer. Mas não é muito bem o que acontece, já que pais e mães têm medo de que os pequenos morram de fome e acabam querendo que eles comam, muitas vezes, até mais do que realmente necessitam.

Dar comida para criança: erros

Insistir ou criar táticas para “enganá-lo”

Os cuidadores costumam fazer de tudo para que o filho coma. Não há necessidade de criar táticas para comer mais, como dar a chupeta entre uma garfada e outra, para que ele engula a comida. Isso só fará com que o pequeno aprenda uma outra forma de cuspir a comida caso ele não queira mesmo. Além de futuramente poder desencadear distúrbios alimentares.

Fazer compensações noturnas

Seu filho não come nada durante o dia e de noite você aproveita para dar uma mamadeira bem forte enquanto ele dorme sem perceber que está comendo? Aí está a explicação dele não comer durante o dia: está bem alimentado, com o estômago cheio.

Fazer comparações

Ninguém gosta de ser comparado ao outro, nem mesmo seu filho. Especialmente se for com o irmãozinho. “Olha só, você ainda não acabou e seu irmão já comeu tudo”. Cada um tem um ritmo, um gosto e um modo de comer. Eles vão acabar comendo o que quiserem, na hora que quiserem e o mais importante: o necessário para que estejam nutridos e fortes..

Utilizar subornos e prêmios

“Se você comer tudo, vai ganhar sobremesa”. Quem de nós não cresceu ouvindo essa frase das vovós? Pois é, mas ela não é tão certa assim. A comida não deve ser usada como prêmio ou castigo. A criança deve comer aquele alimento porque ela gosta, e pelo benefício que ele vai trazer a ela, como crescer forte e saudável, por exemplo. Além disso, está mais do que comprovado que, quando as crianças têm algum alimento à mão, mas não podem comê-lo, como os deliciosos doces, elas vão querer comer mais ainda. Não compre doces, é mais fácil do que tratá-los como prêmios.

Oferecer estimulantes de apetite

Muitos adultos hoje se lembram de terem tomado aquele estimulante na infância que prometia abrir o apetite, não é? Mas, na verdade, os estimulantes não são tão indicados, já que alguns são apenas placebos e outros são como remédios. E, como todo remédio, devem ser tomados como parte de um tratamento médico. Porém, não comer o quanto o pai ou a mãe acha que deveria não é uma doença.

Além disso, os estimulantes podem conter algum componente que cause alergia na criança, e vitaminas e minerais em excesso podem ser prejudiciais também aos pequenos.

Permitir o uso de tablets, celulares e televisão

O ideal é que, assim como os adultos, as crianças vejam e sintam o sabor do que estão comendo. Assim, crescerão sabendo que gostam daquilo porque ele é gostoso e até mesmo porque é colorido. Quando estão comendo e assistindo televisão ou brincando no tablet, nem sequer prestam atenção no que estão levando à boca.

Deixar a criança escolher

Os pequenos nem sempre têm capacidade cognitiva de escolher qual é o melhor alimento pra eles. O ideal é oferecer alimentos dentro de um grupo alimentar, como “quer batata ou macarrão?” (carboidrato) e “peixe ou frango?” (proteína). Caso contrário, o risco de ouvir um “quero almoçar bala e pirulito” é bem grande.

O que fazer então?

O pediatra renomado recomenda que se respeite a liberdade e a independência das crianças. Se você não obrigar sua filha a comer e ela não perder peso, significa que ela está comendo o necessário para o desenvolvimento saudável.

Uma boa saída é não ter doces e refrigerantes em casa. Os papais devem sempre comprar comidas saudáveis. Pois é fato que, se tiver doce em casa, os pequenos vão preferir os doces ao invés de vegetais, legumes e saladas.

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