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Após noticiar o aborto espontâneo pelo qual passou, Lorena Carvalho, a noiva de Lucas Lucco, deu mais detalhes de seu caso no Instagram. Na rede social, a modelo relatou ter sofrido uma perfuração do útero, além de uma infecção, fatores que motivaram sua estadia no hospital.
Noiva de Lucas Lucco detalha complicações do aborto
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Para dar mais detalhes sobre o ocorrido, que a fez passar seis dias na UTI, Lorena escreveu um longo texto em que agradece a equipe médica que lhe atendeu e os amigos e familiares que lhe deram suporte emocional nessa etapa.
Na publicação, Lorena também relatou que sua primeira gestação lhe trouxe não só um aborto espontâneo, mas também uma perfuração no útero.
Ao todo, foram 14 dias no hospital (seis na UTI por conta de complicações e infecção e oito no quarto) para conseguir restabelecer o funcionamento do organismo.
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Perfuração de útero após aborto espontâneo
Aborto espontâneo

De acordo com os especialistas entrevistados pelo VIX, viver um aborto espontâneo antes das 12 semanas de gestação, ou seja, no primeiro de trimestre de gravidez, é bastante comum. E isso não tem nada a ver com o comportamento da mãe.
“A estimativa é de que 1 em cada 4 gestações acaba em aborto. A maioria desses abortamentos acontece por alterações genéticas no feto ou alteração na implantação na parede do útero. A maioria acontece até no máximo 12 semanas, mas pode acontecer após essa idade gestacional em menor frequência”, explica Johnata Dacal, ginecologista e obstetra da Clínica DUO +.
Considera-se aborto espontâneo aquele que ocorre no início da gestação, clinicamente falando, mais simples do que o que acontece em estágios mais avançados da gravidez.
Ainda assim, abortos espontâneos podem causar sangramento intenso com anemia ou até mesmo choque hipovolêmico (perda de sangue causando eventualmente morte), infecção uterina ou generalizada, perfuração uterina com possibilidade de perda do útero e dificuldades para novas gestações futuras.
O que o médico faz nestes casos?

Na maioria das vezes, quando um aborto espontâneo acontece, o próprio corpo da mulher expele sozinho o feto abortado. “Não é preciso fazer nada, só observar”, pontua a ginecologista e obstetra Andrea Rebello.
Porém, quando o organismo da então gestante não consegue eliminar o material – quadro chamado aborto retido -, é necessária a internação para que seja realizada a limpeza do organismo da mulher. Casos de sangramento intenso também pedem ajuda médica.
Para remover o material intrauterino, Andrea afirma que são usados medicamentos que induzem o aborto e dilatam o colo do útero. “É similar a um parto”, explica a ginecologista. A aspiração uterina e a curetagem, ambas por vias cirúrgicas, são outras possibilidades neste caso.
Perfuração de útero após aborto: quando acontece?

É no caso de curetagens que pode acontecer a perfuração uterina. Para elucidar o procedimento, Andrea o compara ao ato de remover a casca de um mamão.
“É como comer um mamão de colherzinha. Você vai raspando e raspando a fruta e, se raspar demais, a casca fura. É preciso raspar o suficiente para tirar a parte de dentro, mas sem furar a casca. É assim na curetagem. Só que fazemos sem olhar, só pelo tato, por que não há corte”, explica.
Apesar de parecer arriscado, os médicos entrevistados para esta matéria afirmam que são muito raros casos de perfuração uterina em curetagens. Eles acontecem ou em gestações mais avançadas ou quando o útero está infectado, pela fragilidade do órgão.
Ainda assim, é um risco a todas as gestantes que sofrem aborto e precisam passar pela curetagem.
Tratamento da perfuração uterina
A perfuração, segundo Andrea, é detectada ainda durante o procedimento, que é pausado assim que o útero é lesionado.
“Deixamos a mulher internada, tomando medicamento por soro. Ultrassom e raio-x são realizados para ver se a perfuração pegou outro órgão. Na grande maioria das vezes, o útero se recupera sozinho e não é preciso fazer mais nada”, diz a médica.
Recuperação após aborto espontâneo
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Quanto à recuperação após um processo de aborto espontâneo, o indicado é de uma semana a 15 dias sem atividades sexuais ou grandes esforços físicos.
Caso a mulher tenha a intenção de engravidar novamente, recomenda-se uma alimentação rica em ferro pela perda sanguínea e que se investigue as possíveis causas do abortos.
Em casos que não precisaram de intervenção alguma e tudo correu naturalmente, é necessário um intervalo de, no minimo, três meses até a nova gravidez. Já nos casos em que houve curetagem ou aspiração, a espera mínima é de 6 meses – mas esse período pode variar a depender das causas e da gravidade do aborto.
Andrea enfatiza que, além da recuperação física, é importante que a mulher também se recupere emocionalmente. “É muito importante falar sobre isso. O aborto é uma perda gestacional, é a perda de um filho, é um luto. Precisamos dar a atenção devida a essas pacientes. Muitas vezes, essas mulheres nem sabiam que estavam grávidas ou tiveram tempo para falar para os parentes que estavam gestantes.”
Tem uma dúvida de saúde? Envie para [email protected] e ela poderá ser respondida por um especialista em nossa nova coluna, o VIX Responde.